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Schroder compra bonds do Brasil e afirma que terminou a queda

Elena Popina

28/01/2016 14h21

(Bloomberg) - A queda nos bonds soberanos da Colômbia e do Brasil foi longe demais, de acordo com a Schroder Investment Management Ltd.

Jim Barrineau, gerente do Emerging Markets Multi-Sector Bond Fund, da Schroder, está comprando notas soberanas com vencimento em 2045 do Brasil e da Colômbia, dizendo que a dívida dos países tem sido injustamente punida em meio a preocupações de que o declínio nos preços de petróleo e commodities vai minar o crescimento econômico e criar tensão nas finanças do governo.

Com os investidores estrangeiros se afastando do Brasil enquanto a Presidente Dilma Rousseff se esforça para escorar o orçamento, no momento em que a economia avança para a recessão mais profunda em um século, a estabilização da situação trará "avanços bastante substanciais", disse Barrineau. A queda do petróleo que puniu os bonds colombianos em meio à preocupação de que o déficit em conta corrente do país vai aumentar, pode ter chegado ao fundo, fazendo com que a dívida do país pareça "especialmente barata", disse Barrineau.

"Não são candidatos comuns", disse Barrineau, co-chefe de dívida de mercados emergentes relativas, em Nova York. "É só que, quando o mercado passa por alguns destes ciclos, estas são as primeiras coisas que os administradores de carteiras vendem quando começam a sair. É uma boa maneira de apostar na eventual estabilização da perspectiva de risco. "

Barrineau disse que fechou sua posição underweight no Brasil cerca de três semanas atrás. Sua ponderação global sobre a Colômbia é neutra.

Os títulos soberanos estrangeiros do Brasil perderam 15 por cento nos últimos 12 meses, enquanto que as notas da Colômbia caíram 9,2 por cento. Os dois países estão entre os piores desempenhos em um índice Bloomberg de títulos soberanos de mercados emergentes entre mais de 60 países, com apenas Zâmbia, Equador, El Salvador e Gabão com resultados piores.

O yield sobre os US$ 3,55 bilhões de bonds do Brasil com vencimento em 2045 caiu 0,26 ponto percentual este ano, para 7,7 por cento, diminuindo do ponto recorde de 8,2 por cento alcançado em dezembro. O yield nos US$ 2,5 bilhões de notas da Colômbia com vencimento em 2045 caiu 0,24 ponto percentual, para 6,58 por cento, diminuindo de um pico de 7 por cento no início deste mês.

No México, onde a Schroder está overweight sobre dívidas corporativa e soberana, Barrineau gosta de bonds do produtor de petróleo estatal Petroleos Mexicanos. Enquanto a queda da produção e o aumento do endividamento da Pemex têm empurrado para cima os custos dos empréstimos para o ponto mais alto desde a crise financeira, o risco de calote é superestimado, de acordo com Barrineau.

O yield nos US$ 1 bilhão em bonds com vencimento em abril de 2025 da empresa é de 6,4 por cento, cerca de 2,4 pontos percentuais mais do que a dívida do governo com semelhante vencimento. Isso pode ser comparado a uma diferença média de apenas 1,1 ponto percentual desde novembro de 2014.

"Não pensamos que haja qualquer risco de enfraquecimento aí", disse Barrineau. "Só é negociado como um intermediário de petróleo, mas é negociado historicamente a um alto diferencial com os soberanos e no final do dia é, essencialmente, um risco soberano".

O Emerging Markets Multi-Sector Bond Fund, da Schroder, perdeu 6,4 por cento no ano passado, colocando-o no terço inferior de fundos semelhantes. A Schroder administra cerca de US$ 450 bilhões globalmente.

Título em inglês: Schroder Buying Brazil Bonds With Colombia on View Rout Overdone

Para entrar em contato com o repórter: Elena Popina, em Nova York, epopina@bloomberg.net