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Gesto saudita por unidade da Opep enfrenta resistência iraniana

Wael Mahdi, Golnar Motevalli e Javier Blas

02/06/2016 12h13

(Bloomberg) -- A Arábia Saudita enfrentou resistência do Irã às propostas para restaurar uma meta de produção descartada na última reunião da Opep, em dezembro, e os esforços para a construção de unidade foram minados pelas persistentes divisões dentro da organização de produtores.

Contudo, os arquirrivais da Opep adotaram um tom mais conciliatório em Viena que no passado, com Riad prometendo não inundar o mercado e Teerã dizendo que estava pronta para escutar seu par. A manobra diplomática é uma tentativa de consertar as divisões, que se tornaram tão amplas que alguns disseram que a organização estava morta, e preservar a recuperação dos preços do petróleo para cerca de US$ 50 o barril.

"Seremos muito gentis em nossa abordagem para não sacudir o mercado de nenhuma forma", disse o novo ministro do petróleo da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, antes de se reunir com seus pares em Viena, nesta quinta-feira. "Estamos satisfeitos com a movimentação do preço nos últimos meses e acreditamos que ele continuará avançando gradualmente sem muita intervenção, pressupondo que a produção da Opep continue mais ou menos onde está".

As diferenças entre a Arábia Saudita e o Irã refletem o fracasso da proposta de congelamento da produção, feita em abril. A Arábia Saudita tornou o acordo dependente da participação do Irã, que insistiu em seu direito de aumentar a produção de petróleo para os níveis anteriores às sanções. O Kuwait também questionou a necessidade de aplicação de uma meta de produção, embora a recuperação dos preços do petróleo diminua a tensão dentro do grupo.

"Aplicar uma cota general para a Opep sem fixar cotas por país não tem sentido", disse o ministro iraniano do petróleo, Bijan Namdar Zanganeh, nesta quinta-feira. "Isto é impossível de controlar ou supervisionar e, dessa forma, todos podem fazer o que quiserem e simplesmente dizer que estão dentro do limite".

Os membros da Opep não entraram em acordo sobre novo teto para produção em reunião nesta quinta-feira.