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Estado pobre da Índia cria departamento da felicidade

Jeanette Rodrigues

15/07/2016 12h17

(Bloomberg) -- Um estado da região central da Índia que está entre os menos desenvolvidos do país destinará 38 milhões de rúpias (US$ 567.000) para estudar como tornar seu povo feliz.

O gabinete de Madhya Pradesh -- que abriga os famosos templos Khajuraho da Índia e o parque nacional onde o escritor Rudyard Kipling situa a história de O livro da selva -- aprovou a criação do departamento nesta sexta-feira. Ele realizará pesquisas e vai preparar planos para medir e melhorar o bem-estar de seus cidadãos, segundo o site do governo.

O aumento do crescimento e da prosperidade nos estados mais pobres da Índia -- onde vive a maior parte da população do país -- é crucial para que o primeiro-ministro Narendra Modi mantenha seu poder até as eleições de 2019. A Índia está em 118º lugar entre 156 países no Relatório da Felicidade Mundial de 2016, atrás do Paquistão, da Sérvia e da Etiópia.

"A maior queda regional se deu na Ásia Meridional, região onde a Índia tem, de longe, a maior fatia da população", afirma o relatório. Cinco valores de entrada -- renda per capita, expectativa de vida, liberdade de fazer escolhas de vida, generosidade e possibilidade de se liberar da corrupção -- melhoraram na Índia, mas foram compensados pela queda da assistência social.

Com os analistas questionando a credibilidade das estatísticas da grande economia de mais rápido crescimento do mundo, os indicadores sociais estão tendendo a ser usados cada vez mais para medir o progresso.

Madhya Pradesh, que se autoproclama o coração da Índia, ficou classificado entre os três piores estados em termos de indicadores sociais por um painel nomeado pelo governo federal em 2013. Sua renda per capita está entre as mais baixas para um estado indiano. O governo, que é administrado pelo partido Bharatiya Janata, de Modi, enfrenta críticas também devido a um esquema no qual milhares de pessoas receberam empregos burocráticos e entraram em faculdades de medicina por meio de fraudes sistemáticas nos exames de vestibular.