IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Produtoras de alumínio chinesas têm bolas de cristal diferentes

Bloomberg News

26/08/2016 12h40

(Bloomberg) -- Duas das maiores produtoras de alumínio da China não entram em consenso em relação à perspectiva para o mercado. A estatal Aluminum Corporation of China, em dificuldades, diz que a situação "não é otimista", enquanto a China Hongqiao Group vê um futuro animador.

A pressão do excesso de oferta no mercado da China "pode aumentar novamente" no segundo semestre com o uso de capacidade nova ou ociosa, afirmou a Aluminum Corp., ou Chalco, na noite de quinta-feira, após divulgar lucro líquido de 57,4 milhões de yuans (US$ 8,6 milhões) para o primeiro semestre. Por outro lado, no início do mês, a China Hongqiao, empresa de capital fechado que é a maior produtora do país, sinalizou um forte consumo nos mesmos seis meses após divulgar um resultado de 3,3 bilhões de yuans.

A discrepância entre as duas empresas ressalta uma divergência no setor de alumínio da China, onde uma nova geração de fundições de baixo custo está prosperando enquanto empresas atrapalhadas por fábricas mais antigas e custos maiores sobrevivem com dificuldade, segundo Yi Zhu, analista da Bloomberg Intelligence em Hong Kong. "A Hongqiao está um pouco otimista porque é a maior produtora e seus custos são baixos. Por isso, é provável que a empresa não ligue tanto se os preços caírem".

"A Chalco soa meio pessimista", disse Zhu, por telefone. "Trata-se de uma produtora de custo muito mais elevado e, se os preços do alumínio continuarem sob pressão, será necessário efetuar mais cortes de custos".

O alumínio subiu 9,6 por cento em Londres neste ano, ajudado pela oferta mais restrita na China depois que as produtoras fecharam fundições de custo mais elevado com o colapso do mercado, no ano passado. A Chalco não é a única a projetar que a produção aumentará neste semestre à medida que fundições novas e ociosas chegarem ao mercado para tirar proveito dos preços mais altos. Todos os sinais apontam para um ressurgimento da produção chinesa, afirmou a Macquarie Group em nota, em 11 de agosto.

A Hongqiao, maior produtora do mundo desde que superou a United Company Rusal, no ano passado, ampliou o lucro líquido do primeiro semestre em 21 por cento após expandir a produção em meio ao rali dos preços. A Hongqiao tem custos operacionais muito mais baixos do que a Chalco porque tem mais usinas de energia próprias e minas no exterior, disse Zhu.

A produção de alumínio primário da China caiu 1,5 por cento nos sete primeiros meses do ano, para 17,98 milhões de toneladas, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas do país. O mercado mundial verá um déficit de cerca de 1 milhão de toneladas em 2016 como resultado do crescimento mais rápido da demanda que o da oferta e devido à queda das exportações chinesas de produtos semiacabados, informou a Rusal na quinta-feira.