BNDES fechará sedes no exterior como parte da nova estratégia
(Bloomberg) -- O BNDES quer fechar seus três postos no exterior até o começo de 2017, como parte da nova estratégia da instituição brasileira sob o comando de sua presidente, Maria Sílvia Bastos, de acordo com a assessoria de imprensa.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social planeja fechar seus escritórios de representação em Montevidéu e Joanesburgo, além da filial de Londres, que podia emitir títulos, informou a assessoria de imprensa. Alguns dos cerca de 10 funcionários do banco no exterior já começaram a voltar para o Rio de Janeiro.
Maria Sílvia assumiu o controle do BNDES há cinco meses e desde o início adotou um tom diferente do de seu antecessor, Luciano Coutinho.
Durante o mandato de Coutinho, o BNDES chegou a emprestar mais do que o triplo do total distribuído globalmente pelo Banco Mundial e foi alvo de críticas por estimular a expansão internacional das chamadas "campeãs nacionais" e por afastar bancos privados do mercado ao oferecer juros subsidiados.
Os desembolsos caíram acentuadamente neste ano, com Maria Sílvia pedindo foco na infraestrutura doméstica para apoiar a recuperação econômica do Brasil, que implicará uma nova onda de concessões e privatizações.
Reavaliação de projetos
O escritório de Montevidéu foi a primeira incursão do banco no exterior, em meados de 2009, seguido no mesmo ano pela subsidiária de Londres. A instituição abriu seu escritório de Joanesburgo em 2013. O BNDES não emite títulos no exterior desde 2014.
No mês passado, o BNDES anunciou que está reavaliando todos os 47 projetos para exportar serviços de engenharia e produtos para os quais havia aprovado financiamentos, com desembolsos suspensos desde maio.
Muitas das construtoras que receberam esses financiamentos para serviços em países como Angola e Moçambique foram envolvidas em escândalo depois que uma abrangente investigação revelou o desvio de dinheiro para políticos e altos executivos.
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