Por que este é o momento de provar vinho de cevada
(Bloomberg) -- Um estilo de cerveja é algo mais nebuloso do que se pode imaginar. Diferentemente do bourbon, por exemplo, que precisa ser envelhecido em barris de carvalho carbonizado novos, e do uísque, que deve amadurecer em tonéis de carvalho por pelo menos três anos, a India pale ale e a pilsner não têm exatamente os mesmos pré-requisitos legais.
O enganoso apelido "vinho de cevada" vem de algumas características semelhantes às do vinho: teor alcoólico muitas vezes superior a 12 por cento e, portanto, o dobro ou o triplo da força da maioria das cervejas. E, como o vinho, o potencial de amadurecer muito bem na garrafa -- às vezes por várias décadas.
A força do vinho de cevada vem de uma receita de combinação forte (os mesmos grãos usados para destilar o bourbon), que muitas vezes produz um líquido turvo cuja cor varia entre âmbar, mogno e preto. Embora essa cerveja forte existe, de uma forma ou de outra, desde a Grécia antiga -- "???????? ?????", ou vinho de cevada --, foi apenas no fim do século 19 que a Bass No. 1 Ale foi apropriadamente comercializada como vinho de cevada no Reino Unido. Cem anos depois, em 1976, a Anchor Brewing Company, da Califórnia, lançou o vinho de cevada Old Foghorn, um dos primeiros a trazer o gênero, à época esotérico, aos EUA.
Desde então, a bebida converteu-se em elemento fundamental entre as cervejarias artesanais devido à sua capacidade de exibir um leque amplo de sabores. Os vinhos de cevada podem essencialmente ser separados em duas famílias: o americano, com um pronunciado amargor do lúpulo; e o inglês, com uma pronunciada intensidade do malte.
Vinho de cevada do Alasca
"Eu acho que os vinhos de cevada são uma bebida que gera recordações", diz Gabe Fletcher, cervejeiro sócio-fundador da Anchorage Brewing Company, do Alasca. Em 2005, quando Fletcher ainda estava começando como mestre cervejeiro de outra operação do Alasca, a Midnight Sun Brewing Company, ele criou o que chamou de "vinho de cevada estilo belga" -- produzido com açúcar caramelizado e dois tipos de levedura belgas --, envelhecido em barris de carvalho americano. Chamada de M, em homenagem ao milésimo lote de cerveja da empresa, o produto foi lançado com aclamação na região devido aos seus atraentes sabores de tabaco, couro e caramelo.
Agora, com quase duas décadas de experiência na preparação de vinho de cevada, Fletcher é um dos maiores conhecedores dos truques que dão magia a esse estilo. Ele credita a complexidade e a suavidade aos longos períodos de fervura durante a preparação -- cerca de cinco vezes mais do que muitas receitas -- e à generosa maturação posterior em barris de carvalho usados.
"Às vezes uma receita simples é melhor", diz Fletcher. "Aparentemente, após anos fabricando vinho de cevada, adotei uma abordagem mais simples e deixei o barril e o malte brilharem por conta própria." Quando um barril de destilado é novo demais e transmite uma contribuição alcoólica forte e distrativa, ele envelhece a cerveja parcialmente em tonéis neutros para que o blend final não tenha o simples gosto de uma dose de uísque.
Título em inglês: Why Now Is the Time To Try Barleywine
Para entrar em contato com o repórter: Spike Carter ny, Spike.Pinch@gmail.com, Para entrar em contato com os editores responsáveis: Daniela Milanese dmilanese@bloomberg.net, Patricia Xavier
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