Otimismo em relação à Índia reina entre CEOs e consumidores
(Bloomberg) -- O primeiro-ministro Narendra Modi tem motivos para comemorar, embora os economistas estejam reduzindo as projeções de crescimento para a Índia.
Uma série de estudos e pesquisas publicados por volta do Fórum Econômico Mundial mostra que as percepções sobre a perspectiva para a Índia estão melhorando e fechando a brecha com a China. Os resultados serão animadores para Modi, que está sendo duramente criticado em seu país por retirar abruptamente a moeda de circulação, o que deixou os analistas lutando para calcular o impacto sobre a economia de US$ 2 trilhões.
As projeções e percepções terão um peso porque Modi se aproxima das eleições em vários estados, programadas para começar no mês que vem. Seu governo também deve apresentar o orçamento anual em 1º de fevereiro.
Perspectiva econômica
A restrição do dinheiro em espécie prejudicará a Índia no curto prazo, mas o crescimento vai se recuperar, segundo o Fundo Monetário Internacional. O Fundo reduziu sua projeção para o PIB indiano de 7,6 por cento a 6,6 por cento. "Mesmo com o rebaixamento, a taxa de crescimento da Índia continua sendo substancial", disse Maury Obstfeld, diretor de pesquisa do FMI. "Concordamos com o objetivo geral que motivou isso, que é reduzir a magnitude de transações ilícitas na economia."
Perspectivas empresariais
Embora os CEOs do mundo estejam menos interessados na Índia do que estavam em 2011 - "talvez porque as reformas estruturais estão demorando para chegar" - os líderes empresariais locais estão mais otimistas em relação às perspectivas do país do sul da Ásia. A PWC entrevistou quase 1.400 CEOs em 79 países.
Mercado crescente
Grande parte dessa confiança pode ser atribuída ao consumo que, mesmo afetado pela proibição do dinheiro em espécie, continua sendo o mais alto da Ásia. A confiança do consumidor, que recuou 2,4 pontos em junho-dezembro em relação ao primeiro semestre de 2016, se mantém em uma faixa "extremadamente otimista" em uma pesquisa da Mastercard.
Políticas flexíveis
Também é preciso dar crédito às autoridades. Considera-se que as respostas aos riscos políticos e econômicos têm grandes probabilidades de ajudar as perspectivas empresariais. Cerca de 20 por cento dos entrevistados em uma pesquisa do The Economist achavam que as expectativas de sua empresa para a China eram "excessivamente otimistas". A mesma proporção acreditava que as expectativas corporativas para a Índia eram baixas demais.
Preocupação persistente
A maior preocupação - para Modi e seus cidadãos - será o avanço dos robôs. Mais de um quarto dos empregadores na Índia afirma que a automação destruirá empregos nos próximos dois anos, segundo um relatório da ManpowerGroup, que entrevistou 18.000 empregadores em 43 países. A criação de empregos na Tata Consultancy Services e na Infosys nos últimos três meses de 2016 foi a menor em pelo menos seis trimestres, uma consequência da incursão dos maiores exportadores asiáticos de software para a robótica e outras áreas que exigem menos emprego.
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