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Zara e H&M revelam tensões da indústria de fast fashion

Paul Jarvis

15/03/2017 11h43

(Bloomberg) -- O ambiente para setor de fast fashion está ficando mais árido.

A proprietária da Zara, Inditex, informou nesta quarta-feira que sua lucratividade encolheu à mínima em oito anos. Sua principal concorrente, a Hennes & Mauritz, anunciou a primeira queda das vendas mensais em quase quatro anos. As ações de ambas as varejistas afundaram.

Os relatórios ilustram as dificuldades enfrentadas pela indústria da moda em um momento em que os consumidores desviam os gastos a atividades de lazer e compram mais de suas roupas de fornecedores virtuais, cujo número está crescendo. O aumento da concorrência está exercendo pressão sobre os preços, e os custos de produção mais elevados também estão espremendo a lucratividade.

"Em fevereiro, os dados do setor foram muito desafiadores", disse Richard Chamberlain, analista da RBC Capital, em uma nota. Declínios de vendas de 9 por cento na Alemanha e de 6 por cento na Suécia refletem "certa rotação dos gastos a outras categorias de consumo".

As ações da H&M chegaram a cair 5,1 por cento em Estocolmo, o máximo em três meses. Uma queda de 1 por cento nas vendas relativas a fevereiro ocorreu porque o mês teve um dia a menos que em 2016, ano bissexto. Ajustando-se a isso, a receita aumentou 3 por cento em moedas locais, menos que o estimado.

Chamberlain estima que as vendas nas mesmas lojas da H&M tenham caído 3 por cento no mês, derrubadas pelas condições difíceis do setor e porque as iniciativas para expandir as opções on-line para os consumidores e melhorar os métodos de oferta demoram a aparecer nas vendas.

Na sombra da Zara

A H&M permaneceu na sombra da Inditex, concorrente de crescimento mais acelerado, nos últimos anos, embora os resultados divulgados nesta quarta-feira pela proprietária da Zara sugiram que sua vida também está mais difícil.

A margem bruta da Inditex encolheu de 57,8 por cento para 57 por cento no período de 12 meses concluído em janeiro, sem alcançar o objetivo da varejista espanhola, que era manter esse indicador dentro de 0,5 ponto percentual em relação ao ano anterior.

As ações chegaram a cair 2,7 por cento, o máximo desde dezembro, mas as perdas foram interrompidas depois que o CEO Pablo Isla afirmou que, com o câmbio atual, a margem bruta não cairá neste ano.

A Inditex informou que o declínio na margem bruta do ano passado se deveu a oscilações cambiais. O câmbio subtraiu 3 pontos percentuais do crescimento das vendas. O enfraquecimento das moedas na Rússia, na China e no México reduz o valor das vendas nesses mercados ao convertê-lo a euros.