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Reino Unido quer acesso a Wall Street sob acordo com EUA

Tim Ross

13/04/2017 11h26

(Bloomberg) -- O Reino Unido almeja um acordo com os EUA que daria a bancos sediados em Londres livre acesso a Wall Street, segundo o secretário de Comércio Internacional. Para Liam Fox, a economia britânica vai prosperar mesmo sem um acordo sobre as condições de saída da União Europeia.

Em entrevista à Bloomberg, Fox afirmou que quer maior abertura nas negociações com os EUA "em todo setor", incluindo serviços financeiros. Ele antecipa que o segmento será parte importante das futuras negociações comerciais entre Londres e Washington.

"Gostaríamos de ver o ambiente de comércio mais aberto possível" entre Reino Unido e EUA, ele disse. "É razoável pensar que, diante do estado da economia britânica e do estado da economia dos EUA, o setor de serviços desempenhará papel muito importante."

Garantir entrada mais fácil em Wall Street potencialmente compensaria os bancos britânicos por qualquer perda de acesso à UE após o Brexit e também daria à primeira-ministra Theresa May poder de barganha nas negociações com o bloco. Cada vez mais, presume-se que a saída do Reino Unido da UE custará aos bancos que operam em Londres o chamado direito de passaporte, que permite que prestem serviços em todo o bloco.

O presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizou estar disposto a discutir um acordo comercial com o Reino Unido quando se encontrou com May na Casa Branca em janeiro. Há relatos de que o governo dele gostaria de oferecer ao Reino Unido um esquema de passaporte semelhante ao da UE.

Quando perguntaram se Fox gostaria de explorar planos dessa natureza para serviços financeiros, ele respondeu: "Com certeza, tenho apetite para liberalizar em todo setor."

Cronograma do Brexit

Ele diz que ainda não deu início a conversas detalhadas com os EUA, mas espera que os trabalhos em torno do acordo transatlântico se acelerem quando Robert Lighthizer for confirmado ao cargo de representante comercial de Trump, o que pode acontecer na semana que vem.

Enquanto isso, Reino Unido e UE se preparam para conversas formais pela primeira vez. Cada lado busca vantagens estratégicas antes do início das negociações para a saída oficial do Reino Unido, em março de 2019. Fox é um dos maiores defensores do governo britânico e, muito antes do referendo de junho, afirmava que o Reino Unido estaria melhor fora da UE.

Durante a entrevista, Fox afirmou que oportunidades de expansão em outras partes do mundo darão um futuro melhor ao setor financeiro britânico. Ele vê potencial para explorar o status do Reino Unido como líder mundial em inovação em tecnologia financeira.

"Quando vemos gente mudando do Vale do Silício para o Reino Unido, dá para dizer que há algo a nosso favor - e não é o clima", disse Fox.