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Preço do carbono sobe e países buscam restrições

Mathew Carr, Joe Ryan e Marine Strauss

14/07/2017 13h52

(Bloomberg) -- Os preços do carbono estão subindo da Califórnia à Nova Zelândia em um momento em que parlamentares do mundo inteiro buscam regras mais rígidas para seus mercados de gases causadores do efeito estufa.

As licenças para emissões da Califórnia atingiram o maior patamar em quatro anos nesta semana depois que o governador Jerry Brown publicou um plano para estender o maior programa de comércio de carbono dos EUA. Na Europa, as permissões atingiram o maior nível desde março em um momento em que os políticos discutem propostas para reduzir o excesso de autorizações, e os contratos de carbono da Nova Zelândia aumentaram antes da modificação de seu sistema.

A maioria dos países está procurando a maneira mais econômica de deixar de lado os combustíveis fósseis responsabilizados pelas mudanças climáticas. Até mesmo nos EUA, a decisão do presidente Donald Trump, no mês passado, de retirar o país do histórico Acordo de Paris sobre cortes nas emissões foi amplamente condenada por líderes municipais e estaduais de todo o país, inclusive pelos governadores de Nova York e Massachusetts.

A China planeja instalar o maior mercado de carbono do mundo neste ano, embora esteja implementando indústrias gradativamente para suavizar o impacto sobre a economia. O maior consumidor de energia do planeta queimou a menor quantidade de carvão em seis anos em 2016, se tornou o maior produtor de energias renováveis e até reduziu suas emissões de gases causadores do aquecimento climático, mostram dados da BP.

"Parece haver uma vontade política mais clara de elevar os preços do carbono", disse Ingo Ramming, codiretor de soluções de commodities do Commerzbank em Londres. "Mesmo que a instalação do mercado nacional de carbono da China leve mais tempo que o esperado, há muita coisa acontecendo globalmente, especialmente entre os estados e províncias norte-americanos."

No comércio de carbono, os governos estabelecem um limite para as emissões e depois leiloam ou distribuem direitos para poluir dentro do limite. Essas licenças podem ser vendidas por empresas mais eficientes para aquelas que são menos eficientes. Como os governos periodicamente reduzem os limites, as emissões como um todo caem.

Sem veneno

A legislação proposta pela Califórnia pretende ampliar a estrutura básica atual de seu programa de limite e comércio até 2030. O governador Brown, 79, enfatizou no início da semana que seu plano não só ajudaria a limitar o aquecimento global, mas também a "proteger as comunidades vulneráveis dos venenos industriais".

Na quinta-feira, ele pediu que os parlamentares ampliem o programa para mostrar ao mundo como reduzir os riscos da migração massiva, dos incêndios e das doenças. "Isso não é para mim. Eu estarei morto. É para vocês. E é extremamente real. Por isso eu simplesmente peço a vocês: levem isso a sério."

As autorizações de dezembro da Califórnia fecharam em um pico de US$ 15,41 a tonelada nesta semana, o valor mais alto desde janeiro de 2013, quando o programa começou, segundo dados da bolsa ICE Futures.

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórteres da matéria original: Mathew Carr em London, m.carr@bloomberg.net, Joe Ryan em New York, jryan173@bloomberg.net, Marine Strauss em Bruxelas, mstrauss30@bloomberg.net.