Conferência dá poucas razões para otimismo a traders de açúcar
(Bloomberg) -- A Platts 4th Annual Kingsman Miami Sugar Conference trouxe poucas razões para otimismo nessa semana. Os traders e analistas não debateram se o mercado global de açúcar se dirige para um excesso de oferta, e sim qual tamanho terá esse excesso e quanto os preços podem cair.
EXCESSO DE OFERTA
Na safra 2017-2018, que começou nesse mês, a produção global superará a demanda em algo entre 3,5 milhões de toneladas e 8 milhões de toneladas, disseram analistas. Já há projeções de nova abundância na próxima temporada, o que provavelmente manterá os preços baixos, disse Claudiu Covrig, analista sênior da Kingsman.
PREÇOS
O açúcar bruto já tem um dos piores desempenhos de 2017 entre as commodities, com queda de cerca de 28 por cento nos preços em Nova York. O preço se fixou em 14,11 centavos de dólar por libra-peso na quinta-feira. Mike Levitz, chefe de trading para as Américas da ED&F Man Sugar, prevê preços entre 12,5 centavos e 16 centavos de dólar na safra atual.
EXPORTAÇÕES
O assunto do momento no setor do açúcar é o fim das cotas na União Europeia, que deverá aumentar as exportações do bloco. Mas parece haver mais oferta vindo de todos os lados. Índia e Tailândia, maiores produtoras da Ásia, terão safras maiores. Ucrânia, Rússia e Paquistão deverão ampliar as exportações. Até mesmo a produção de Cuba deverá aumentar nos próximos anos, segundo a Kingsman. As projeções de compras da China no exterior pouco mudaram, ou seja, os vendedores deverão lutar por um número limitado de clientes, disse Covrig.
CLIMA
O que poderia acabar com a queda do preço do açúcar? O clima é sempre um fator, e ainda pode frustrar os ganhos da safra. No Brasil, a seca do início do ano pode ter prejudicado o potencial de rendimento e as lavouras antigas de cana-de-açúcar do País também podem acabar limitando a produtividade.
ETANOL
Além disso, preços de menos de 15 centavos de dólar não são viáveis para os produtores da Tailândia, da Índia ou da UE, disse Covrig, da Kingsman. O açúcar mais barato também estimula a demanda. E há uma perspectiva positiva para a indústria de etanol do Brasil. Com a decisão do País de impor taxas às importações do biocombustível, uma parcela maior da cana pode ser desviada para a produção de etanol, disse Aakash Doshi, analista do Citigroup, na conferência. Ele disse que os preços do açúcar poderão subir para 17 centavos de dólar em 2018.
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