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Dia de Martin Luther King se torna mais relevante nos EUA

Jordyn Holman e Jeff Green

15/01/2018 11h51

(Bloomberg) -- Para os americanos, há mais probabilidade de obter uma folga para honrar o legado do Reverendo Martin Luther King Jr. do que nos dias que celebram Cristóvão Colombo ou George Washington.

Cerca de 42 por cento dos empregadores americanos fecharão seus negócios no dia 15 de janeiro no dia do aniversário do líder dos direitos civis, de acordo com uma pesquisa anual da Bloomberg Law. O mercado de ações dos EUA ficará fechado, como no Dia do Presidente, que é um pouco menos popular. (Fica aberto no Dia de Colombo e no Dia dos Veteranos).

"Acredito que há mais reconhecimento devido à necessidade de diversidade e à necessidade de reconhecer a sensibilidade de certos feriados", disse N. Charles Anderson, CEO da Urban League of Detroit and Southeastern Michigan, em entrevista.

A luta pela igualdade racial se tornou mais urgente em algumas partes dos EUA, agora que o presidente Donald Trump focou em restringir a imigração, particularmente para pessoas não-brancas, e fez comentários que coincidiam com os dos nacionalistas brancos. Na quinta-feira, um dia antes de receber líderes afro-americanos na Casa Branca em homenagem ao Dia de Martin Luther King, Trump foi criticado por supostamente menosprezar imigrantes vindos da África e do Haiti.

"Espero que todos os americanos comemorem este dia com atividades civis, comunitárias e de serviço apropriadas em homenagem à vida e ao legado do Dr. King", disse Trump em um tuíte na sexta-feira após uma cerimônia na Casa Branca.

Entre as organizações civis e sem fins lucrativos, incluindo hospitais, escolas e prefeituras, 72 por cento oferecerão aos funcionários um dia de folga remunerada em homenagem ao aniversário do Dr. Martin Luther King. Um número muito menor de fábricas -- 16 por cento -- fará o mesmo. Cerca de uma em cada três empresas não-fabris, como companhias de serviços financeiros e de seguros, dará um feriado remunerado.

O feriado tem suas raízes em Michigan. Quatro dias depois do assassinato de Martin Luther King, em abril de 1968, John Conyers, do Partido Democrata, propôs uma lei para que o dia do aniversário de Martin Luther King fosse decretado feriado nacional. O presidente Ronald Reagan aprovou a lei de Conyers em 1983. O feriado só começou a ser comemorado em 1986 e até 2000 alguns estados ainda se recusavam a celebrá-lo.

"A data ainda é tratada como um feriado de segunda linha", disse Harley Shaiken, historiador da Universidade da Califórnia em Berkeley. "À luz do que Trump disse [na quinta-feira], realmente devemos celebrá-lo para que se torne central. Este é um momento fundamental da história para celebrar os valores de Martin Luther King."