Dreyfus, bancos fazem primeira transação agrícola com blockchain
(Bloomberg) -- O blockchain agora faz parte do trajeto da fazenda à mesa.
A Louis Dreyfus, uma das maiores traders de alimentos do mundo, se aliou a bancos da Holanda e da França em dezembro para o que chamou de primeira transação de commodities agrícolas a usar a tecnologia digital baseada em livro-razão conhecida como blockchain. A trader de 166 anos com sede em Roterdã usou uma plataforma de blockchain para vender um carregamento de soja dos EUA para a chinesa Shandong Bohi Industry.
Os bancos holandeses ING Groep e ABN Amro Bank e o Société Général, com sede em Paris, ajudaram a LDC e a Bohi a utilizarem documentos digitalizados na transação, incluindo contratos, cartas de crédito e inspeções e certificações governamentais. Ao combinar dados automaticamente e em tempo real e evitar duplicações e a necessidade de verificações manuais, o processamento de documentos foi reduzido para um quinto do tempo, informou a LDC em comunicado.
Além disso, o tempo de transação foi reduzido pela metade, de duas semanas para uma, disse o chefe global de financiamento do comércio de commodities do ING, Anthony van Vliet, em entrevista.
"O objetivo principal é criar algo que seja adotado pelo mercado", disse Van Vliet. "É claro que esse setor tradicional e um pouco antiquado, que trabalha em grande parte com documentos em papel, precisa de uma certa atualização digital."
Cortes de gastos
As traders de commodities e os bancos de financiamento do comércio, setor dominado por entidades holandesas e francesas, estão adotando o blockchain para reduzir custos e tarefas administrativas e ao mesmo tempo melhorar os registros e o monitoramento das transações. As maiores traders executam milhares de transações por ano avaliadas em bilhões de dólares, mas essas transações normalmente têm margens de lucro baixas.
"Não provamos apenas que esta transação com blockchain é tecnicamente possível, mas também que entrega o que promete", disse Karin Kersten, chefe global de comércio e financiamento de commodities do ABN Amro. "A transação economizou trabalho e tempo e também reduziu o risco de fraude e de erro humano."
Para que o blockchain consiga ajudar os traders a reduzir custos e tempos de negociação, no entanto, será necessário adotá-lo em todo o setor de plataformas e sistemas padronizados. É por isso que os bancos estão se unindo às maiores traders, como a LDC, nos primeiros testes do blockchain.
"As tecnologias de livro-razão distribuído vêm evoluindo rapidamente, trazendo mais eficiência e segurança para as nossas transações", afirmou o CEO da LDC, Gonzalo Ramírez Martiarena, no comunicado. "O próximo passo é aproveitar o potencial para um maior desenvolvimento por meio da adoção de padrões comuns."
As traders de petróleo e os bancos de financiamento do comércio de commodities já usaram blockchain para realizar transações de energia. Com o apoio do ING e do SocGen, a Mercuria Energy Group, com sede em Genebra, usou uma plataforma de blockchain para uma transação de envio de petróleo africano para a China, no ano passado.
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