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Antigo trader do HSBC ensina codificação a financistas

Marie Mawad

01/02/2018 16h11

(Bloomberg) -- Um ex-trader do HSBC Holdings que largou o emprego para aprender a codificar está convencendo seus antigos colegas a seguir seus passos.

Boris Paillard, que antigamente criava modelos de ações e taxas no escritório do HSBC em Paris, hoje é o cofundador da Le Wagon, um curso intensivo de capacitação de nove semanas que custa US$ 8.000 e ensina códigos informáticos a cada vez mais banqueiros, consultores e funcionários de marketing.

Os profissionais com experiência em finanças e corporações representam cerca de um terço dos alunos da Le Wagon, junto com empreendedores e recém-formados em Administração e Engenharia, disse Paillard.

"Nas grandes empresas existe um apetite por habilidades em tecnologias complexas para ajudar a automatizar tarefas", o que está levando um grupo diversificado a querer adicionar a codificação à sua lista de habilidades executivas, disse ele, acrescentando que em Londres cada vez mais financistas esperam aprender codificação para conseguir um emprego no setor de tecnologia financeira.

Paillard, um francês de 32 anos que estudou Engenharia e Matemática Aplicada na École Centrale, fundou a Le Wagon há 4 anos em Paris com seu irmão Romain, que é advogado. A startup pretende expandir sua plataforma de ensino pelo mundo e já atua em 27 cidades, como Londres, Berlim, Tóquio e a ilha de Bali, na Indonésia.

Essa capacitação faz parte da tentativa da Europa de consolidar sua própria identidade no ensino de codificação, alguns anos depois que os cursos intensivos viraram moda nos EUA - com resultados dispares. A promessa de "mudar a vida" continua em destaque no site da Le Wagon, mas o foco não é tanto aprender a codificar para ser contratado pelo Google, mas melhorar o perfil para atender às necessidades tecnológicas das empresas, inclusive do setor financeiro e industrial.

Rentável

A empresa ainda não captou recursos e não divulga detalhes financeiros, mas é rentável, disse Paillard. Os próximos meses serão dedicados a recrutar mais alunos para dobrar o número atual de 2.000 ex-alunos e também a diversificar as fontes de receita além do modelo de cobrar apenas pelo curso. A ideia é criar treinos corporativos e também passar a vender assinaturas para que universidades tenham acesso à plataforma de ensino da Le Wagon.

Não há planos de lançamento nos EUA, mercado onde a concorrência é acirrada. Isso foi complicado para outro francês, Xavier Niel, 42, bilionário magnata das telecomunicações que exportou sua escola não convencional de engenharia de software sem mensalidade de Paris a Fremont, Califórnia.

"Franceses ou europeus precisam se expandir internacionalmente com rapidez para atingir um mercado potencial com um tamanho decente; com mais rapidez que os operadores dos EUA", disse Paillard. "Essa é a nossa meta e o nosso desafio agora - aumentar a escala de cada uma de nossas escolas globalmente."