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Para gestor de US$ 42 bi, mercado está vendendo ações erradas

Jonas Cho Walsgard

20/02/2018 12h10

(Bloomberg) -- As ações erradas estão sendo vendidas.

Desde que os juros começaram a subir nos EUA, em dezembro, os investidores vêm comprando ações de companhias cíclicas e abandonando ações de empresas de perfil defensivo. Companhias de eletricidade e outros serviços públicos estão entre as mais prejudicadas. O MSCI World Utilities Index caiu quase 10 por cento desde o fim de novembro, enquanto o MSCI World Index avançou quase 3 por cento.

"Se os juros subissem por causa do crescimento maior, então o mercado teria agido corretamente", avaliou Robert Naess, que administra aproximadamente US$ 42 bilhões em ações no Nordea, em Oslo. "Se subiram porque estavam baixos demais, então a rotação setorial deveria ser oposta. Ações com perfil de crescimento deveriam ser as de maior queda e as ações de empresas de serviços públicos, as de menor queda. Acredito que os juros ficaram baixos por tempo demais."

Ultimamente, Naess comprou ações de prestadoras de serviços públicos como Southern, PG&E e PPL e vendeu papéis da eBay,Anthem e United Technologies. Ele e o parceiro Claus Vorm analisam quantitativamente milhares de empresas e investem naquelas com os lucros mais estáveis e ações que não estão caras. O Global Stable Equity Fund, que a dupla administra, gerou retorno anual de médio de 11 por cento nos últimos cinco anos, superando 72 por cento de seus pares.

A turbulência do mercado acionário em fevereiro não é o começo de um colapso e as bolsas dos EUA têm espaço para avançar 18 por cento em 2018, de acordo com Naess.

"As estimativas estão acompanhando a realidade, então interpreto isso como uma correção de curto prazo", ele disse. "Quando uma correção de fato ocorre, os lucros sempre caem. Desta vez não aconteceu isso - é incomum."