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Califórnia passa a exigir energia solar em novas residências

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Imagem: Divulgação

Mark Chediak, Prashant Gopal e Brian Eckhouse

10/05/2018 12h25

(Bloomberg) -- A Califórnia acaba de emitir o sinal mais claro de que a geração de energia em telhados está deixando de ser um nicho do mercado e se tornando a norma.

Na quarta-feira (9), o estado se tornou o primeiro dos EUA a exigir painéis solares em quase todas as novas residências. A maioria das novas unidades construídas após 1º de janeiro de 2020 será obrigada a incluir sistemas solares como parte dos padrões adotados pela Comissão de Energia da Califórnia.

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Embora seja um impulso para a indústria solar, os críticos alertaram que a medida também elevará em quase US$ 10 mil o custo de comprar uma casa. As ações da Solar subiram com a decisão. As ações das construtoras residenciais caíram.

A medida ressalta como os painéis solares de telhado, que antigamente eram um luxo reservado às casas de proprietários ricos com tendências ecológicas, estão se tornando uma fonte de energia convencional, com a Califórnia --o maior mercado de energia solar do país-- abrindo o caminho.

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O estado há muito tempo está na vanguarda de políticas energéticas progressivas, desde o estabelecimento de padrões de eficiência energética para os eletrodomésticos até a instituição de um programa que abarca toda a economia para conter os gases causadores do efeito estufa.

O requisito para a moradia faz parte do esforço do governador Jerry Brown para reduzir as emissões de carbono em 40% até 2030 e oferece um modelo para outros estados.

"Isso é muito significativo", disse Morten Lund, presidente de uma iniciativa de armazenamento de energia do escritório de advocacia Stoel Rives.

"Essencialmente, isso poderia transformar o painel solar residencial em um eletrodoméstico, como um aquecedor de água. De certo modo, isso iria acabar acontecendo, mas as coisas estão avançando mais rápido do que a maioria das pessoas imaginava."

A Sunrun, maior instaladora de painéis solares residenciais dos EUA, chegou a avançar 6,4% antes de fechar a US$ 9,83 em Nova York na quarta-feira. A Tesla subiu 1,7%, e a SunPower, quase 7%. A KB Home, que tem exposição significativa ao mercado da Califórnia, caiu 5,3%.

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Os EUA tiveram 10,4 gigawatts de energia solar residencial no final do ano passado, mais que o sêxtuplo que cinco anos atrás. O setor começou a desacelerar em 2017 devido a mudanças de políticas e iniciativas de algumas empresas para mudar de estratégia.

"A adoção desses padrões representa um enorme avanço nos padrões estaduais de construção", disse Bob Raymer, engenheiro sênior da Associação da Indústria da Construção da Califórnia, durante a reunião antes da votação. "Pode apostar que os outros 49 estados estarão observando de perto o que vai acontecer."

A política solar da Califórnia vai exacerbar outra questão crítica no estado mais populoso dos EUA, onde os altos custos de moradia são vistos como um empecilho para a economia, o que também contribui para o aumento das tensões sociais.

"Com o enorme aumento de preços dos imóveis, acho que para os compradores de casas será um pouco desagradável serem obrigados a pagar mais por sistemas solares que talvez eles não queiram ou sintam que não podem custear", disse Brent Anderson, porta-voz da construtora Meritage Homes. "Mesmo que, a longo prazo, esta seja a resposta certa."

(Com a colaboração de Christopher Martin , Noah Buhayar e Patrick Clark)

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