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Por turistas, Cuba triplicará terminal de cruzeiros de Havana

Christopher Jasper

23/05/2018 17h28

(Bloomberg) -- O terminal de cruzeiros de Havana poderá receber três vezes mais navios até 2024 porque a Cuba comunista está aprimorando sua infraestrutura turística para aproveitar o forte aumento no número de visitantes dos EUA.

O cais no coração da capital ganhará mais quatro berços, o que permitirá a atracação simultânea de seis navios, como parte de um contrato de gestão de 15 anos com a Global Ports Holding, que tem sede em Istambul.

Após a preocupação inicial com a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de cancelar o relaxamento das restrições de viagem promovido por Barack Obama, o setor de cruzeiros descobriu que as novas regras que proíbem visitas a hotéis e restaurantes do governo favorecem seu modelo de negócio, que consiste em oferecer alimentos e hospedagem a bordo.

Havana é atraente pela arquitetura colonial, pela cena musical e pela hospitalidade local, disse o CEO Emre Sayin, em entrevista nesta quarta-feira. A cidade atraiu cerca de 328.000 passageiros de cruzeiros no ano passado, aumento de 156 por cento em relação a 2016, e projeta receber um total de 500.000 em 2018. O mercado de cruzeiros no Caribe, o maior do mundo, totaliza cerca de 9,6 milhões de clientes.

"Sonhávamos com entrar em Havana", disse Sayin. "Não há lugar igual no Caribe em termos de história, herança e cultura, por isso é um excelente ponto de partida para nós." O terminal deve ser capaz de igualar a contagem anual de outros portos populares da região, de 1 milhão a 2 milhões de passageiros, especialmente se conseguir se estabelecer como ponto de embarque, acrescentou.

Novas viagens

A Carnival, a Norwegian Cruise e a Royal Caribbean Cruises adicionaram novas viagens para a ilha caribenha desde que Trump anunciou as novas restrições.

A Carnival, maior empresa de cruzeiros do mundo, se tornou a primeira linha dos EUA a visitar Cuba em quase 50 anos, em maio de 2016, quando o MV Adonia, operado por sua marca Fathom, partiu de Miami rumo a Havana.

Neste mês, a empresa anunciou 23 novas viagens a Cuba em cinco navios, incluindo o maior da história a passar pelo país: o Carnival Sunshine, para 3.000 passageiros. Os cruzeiros oferecem 20 excursões em terra, incluindo passeios em pontos de referência arquitetônicos, e os passageiros sentem o sabor de Cuba a bordo com aulas de salsa, festas no convés inspiradas em Havana e palestras de especialistas sobre a história e a cultura do país.

O empreendimento em Havana será o primeiro nas Américas da Global Ports, a maior operadora independente de terminais de cruzeiros do mundo. A empresa buscará mais postos avançados no Caribe, segundo Sayin, que falou por telefone do terminal em Valletta, Malta.

A empresa turca, que negocia ações em Londres, opera 14 terminais de cruzeiros contando Havana, 11 deles no Mediterrâneo, além de Lisboa, em Portugal, um ponto de escala popular para viagens transatlânticas e passeios pelas Ilhas Canárias, e Cingapura, de onde zarpam navios para viagens pelo Sudeste Asiático.

--Com a colaboração de Christopher Palmeri.