Manchester United enfim entra no futebol feminino profissional
(Bloomberg) -- O clube de futebol mais rico da Europa finalmente está prestes a entrar no reino do futebol feminino profissional.
O Manchester United em breve terá uma equipe jogando na Women's Super League, a liga feminina de elite da Inglaterra, depois que a Football Association lhe concedeu nesta segunda-feira uma licença para entrar na segunda divisão do torneio. O clube já está procurando técnico para o time.
O United, cujos donos são americanos, é diferente das equipes da Premier League porque não tem uma equipe feminina profissional, fato lamentado recentemente pelo ex-jogador Phil Neville, que acaba de estrear como técnico da seleção feminina da Inglaterra. O Manchester City, seu rival na cidade, já ganhou uma copa e a liga com sua equipe feminina, a primeira a se tornar completamente profissional, em 2014.
"O United deve ter olhado o Manchester City no outro lado da cidade e visto muito boa publicidade, marketing e relações públicas da equipe feminina deles", disse Jake Cohen, advogado especialista em assuntos esportivos. "As jogadoras parecem ser grandes embaixadoras do jogo."
Pouco público
Um recorde de 45.000 pessoas assistiu neste mês à final da versão feminina da Copa da Inglaterra entre Arsenal e Chelsea, porém o público nos jogos da liga feminina continua sendo muito pequeno em comparação com o do futebol masculino.
A receita com a venda de ingressos e direitos de transmissão também é uma fração do que é gerado pelo futebol masculino de elite. A receita do Chelsea Football Club Women foi de pouco mais de 2 milhões de libras (US$ 2,7 milhões) no ano encerrado em 30 de junho de 2017, em comparação com 428 milhões de libras da equipe masculina de primeira divisão do clube, de acordo com as contas apresentadas na Companies House.
Quanto aos salários, o futebol ofusca as diferenças salariais de 30 por cento a 40 por cento entre homens e mulheres existentes em muitas empresas financeiras. A perdas combinadas de 362.000 libras das equipes femininas do Chelsea e do Arsenal no ano 2016-2017 mal conseguiriam cobrir os salários semanais de dois dos melhores jogadores de suas equipes masculinas.
Com números tão pequenos em jogo, a equipe feminina do United deverá ter um impacto limitado no preço das ações. O clube do norte da Inglaterra, que está listado nos EUA, viu suas ações subirem 5 por cento neste ano, em comparação com uma queda de 10,5 por cento no índice Stoxx Europe Football.
A grande vantagem de ter um time feminino é a publicidade. Os jogos são transmitidos pelo canal BT Sport, da BT Group, pela BBC e pelo Facebook. A maioria dos grandes clubes promove muito suas equipes femininas nas redes sociais e o interesse da imprensa é grande.
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