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Nos EUA, millennial é mais pão-duro com gorjetas

Riley Ray Griffin

18/06/2018 12h07

(Bloomberg) -- Os millennials dos EUA não hesitam em meter a mão no bolso para comprar as caras torradas com abacate e cervejas artesanais. Mas na hora de recompensar os garçons e bartenders que os atendem, muitas vezes não sai nada da carteira deles.

Dez por cento dos jovens da geração Y não dão gorjetas quando comem fora, em comparação com apenas três por cento das pessoas de gerações mais velhas, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira pela CreditCards.com, um mercado de cartões de crédito on-line.

Além disso, os millennials que dão gorjetas em restaurantes tendem a deixar uma mediana de 15 por cento do valor da conta, menos que a média geral. Membros da geração X, da geração do baby boom e os americanos mais velhos, a chamada Geração Silenciosa, são mais generosos, e deixam entre 18 por cento e 20 por cento.

"Foi interessante ver que os jovens são os piores na hora de dar gorjetas, porque o trabalhador típico dos restaurantes é um jovem", disse Matt Schulz, analista sênior da CreditCards.com, em entrevista. "É contraproducente."

O estudo foi realizado para a CreditCards.com pela empresa de pesquisa de mercado GfK, que coletou dados no mês passado de 1.000 americanos com 18 anos ou mais. Os millennials foram definidos como aqueles entre 18 e 37 anos de idade.

Além dos pobres garçons, os taxistas e baristas se saíram ainda pior com seus clientes jovens. Aparentemente, até mesmo a insinuação de que se espera uma gorjeta desanima alguns desses jovens. Dezoito por cento dos entrevistados da geração Y afirmaram que normalmente se recusam a deixar qualquer quantia quando lhes apresentam opções de pagamento com gorjetas incluídas - por exemplo, quando pegam um táxi, Lyft ou Uber.

Por que esses jovens americanos, muitos dos quais trabalham em setores que dependem das gorjetas, são tão pães-duros? Talvez seja uma questão econômica. "As dificuldades financeiras que os millennials enfrentam são um grande motivo para que eles deem menos gorjeta", disse Schulz.

Mas outros dados apontam para uma explicação mais cínica. Os jovens tendem a gastar uma parcela maior de sua renda disponível comendo fora, de acordo com dados de 2017 da Merrill Lynch. No fim das contas, aquela gorjeta pode pagar pela sobremesa.

Mas as pessoas de vinte e de trinta e poucos anos não são o único grupo demográfico de avarentos nos EUA. Homens, sulistas, ocidentais, pais com filhos pequenos, os que ganham menos e os menos instruídos disseram que dão menos gorjeta em restaurantes do que a mediana geral de 18 por cento, de acordo com o estudo.

Quem, então, deixa as maiores gorjetas?

O estudo concluiu que pessoas com formação universitária, acima de 65 anos, do Nordeste e Centro-Oeste, e as mulheres disseram que deixam uma mediana de 20 por cento - uma gorjeta acima da média.