Ex-executivo do JPMorgan cria gestora com foco na AL
(Bloomberg) -- Giovani Silva, ex-chefe de mercados para América Latina do JPMorgan Chase & Co., está criando uma gestora de fundos multimercados no Brasil com sabor regional.
A BlueLine Asset Management pretende lançar seu primeiro fundo em novembro e investir não apenas no Brasil, mas também na Argentina, México, Peru, Colômbia e Chile, além dos mercados de países desenvolvidos, disse Silva, em entrevista. A empresa alugou um escritório em São Paulo, que está em reforma, e planeja abrir outro em Buenos Aires em janeiro.
"Eu operei América Latina para o JPMorgan por 17 anos, então vamos usar essa experiência para nos diferenciar", disse ele. "Mas também teremos um sócio fora da região e seremos muito ativos em mercados desenvolvidos para fins de diversificação", disse ele, que preferiu não falar de nomes.
Executivos estão deixando bancos no Brasil para criar gestoras de fundos multimercado estimulados pela captação recorde de R$ 87 bilhões nessa modalidade no ano passado, segundo a Anbima, a associação de participantes do mercado de capitais. Entre as gestoras criadas recentemente estão a Legacy Capital, com uma equipe de ex-executivos da tesouraria do Banco Santander Brasil, e a Vinland Capital, de ex-sócios do BTG Pactual e Goldman Sachs.
A BlueLine já atraiu um sócio de peso, Christiano Chaddad, famoso ex-gestor de multimercados da Kondor, que será responsável por negociar Brasil.
A empresa terá uma única mesa de operações para ações e crédito latino-americanos, enquanto as taxas de juros e moedas serão negociadas por especialistas locais, disse Silva.
Traders que falam espanhol serão responsáveis pelos investimentos na Argentina, México, Peru, Colômbia e Chile e ficarão em Buenos Aires.
"Alguns mercados da América Latina são muito regulamentados, têm barreiras regulatórias, barreiras de capital, por isso é importante ter uma pegada local, conhecer reguladores locais, entender especificidades, ter traders locais", disse Silva.
A BlueLine vai começar com uma equipe de até 30 pessoas e capacidade para administrar até R$ 5 bilhões em seu primeiro fundo. Investidores latino-americanos serão o seu foco inicial. Mas os planos também incluem a distribuição de fundos para investidores globais futuramente, assim que a empresa criar um histórico de performance.
A recente turbulência nos mercados emergentes fez com que gestores acumulassem prejuízos no Brasil e os fundos hedge brasileiros registraram saídas de R$ 10,4 bilhões de 18 a 20 de junho, de acordo com a Anbima, reduzindo o total de entradas neste ano para R$ 37,1 bilhões.
"Nós estamos vivendo um momento de maior volatilidade devido às eleições na América Latina e à alta nas taxas de juros nos Estados Unidos, e é normal que as pessoas se retraiam um pouco quando tem aumento de volatilidade", disse Silva. "Mas a região tem melhorado seus fundamentos e eu estou otimista com as perspectivas para a indústria de fundos multimercado no médio prazo."
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