Coca-Cola aposta no café e compra rede britânica por US$ 5,1 bi
(Bloomberg) -- A Coca-Cola está fazendo uma jogada audaciosa no ramo de café e cafeterias com a aquisição da rede britânica Costa por 3,9 bilhões de libras (US$ 5,1 bilhões), sua maior aquisição em oito anos, que leva a pioneira dos refrigerantes a um mercado fortemente competitivo.
A empresa de refrigerantes entrou em ação depois que a Whitbread anunciou um plano, em abril, para desmembrar o negócio. A transação concede à Coca-Cola um peso instantâneo em um negócio em que estava praticamente ausente, com 3.800 lojas em 32 países e presença na China. Salientando o desejo da Coca-Cola de fechar o negócio, a CEO da Whitbread, Alison Brittain, disse que os dois lados haviam assinado o acordo minutos antes do anúncio, após abordagem inicial da Coca-Cola em junho.
"Foi uma transação bastante rápida", disse Brittain, em conferência com jornalistas e analistas.
Os investidores da Whitbread comemoraram a transação, e as ações da empresa tiveram a maior alta em quase duas décadas, embora as ações da Coca-Cola não tenham se mexido. A separação teria gerado retornos menores em um primeiro momento e poderia demorar até dois anos.
A transação com a Costa abre uma nova linha de negócios para uma empresa que é sinônimo de bebidas açucaradas e gaseificadas, como Coca-Cola, Sprite e Fanta, o que ressalta a pressão para encontrar novas áreas de crescimento em meio à mudança de preferências dos consumidores. A arquirrival PepsiCo fechou acordo neste mês para a compra da SodaStream, que fabrica máquinas de água com gás, por US$ 3,2 bilhões. O CEO da Coca-Cola, James Quincey, disse que a aquisição da Costa é um "investimento sério e significativo" em bebidas quentes, mercado que continua em grande parte fragmentado.
A abordagem da Coca-Cola não foi solicitada, já que a empresa quis dar o passo antes que a Costa fosse abocanhada por uma das gigantes do negócio de cafés, disse uma pessoa familiarizada com o assunto. A Coca-Cola pretende tirar proveito do alcance global da Costa depois de se tornar pela primeira vez proprietária de uma marca de varejo, disse a pessoa.
Quincey ressaltou os benefícios de contar com uma plataforma de varejo como a Costa, porque isso respalda a marca e cria crescimento nos chamados estabelecimentos de "consumo imediato" instalados em diversos lugares, de supermercados a aeroportos. A Costa poderia também se expandir para categorias de produtos prontos para beber utilizando a experiência e o peso da Coca-Cola no marketing, o que torna as duas empresas "notavelmente complementares".
Os planos de Quincey para a Coca-Cola podem englobar outras aquisições internacionais, porque o executivo está tentando reanimar as vendas anuais e tirar o foco de uma única marca, disse a pessoa.
A Coca-Cola é pressionada a se consolidar em novos mercados em meio ao declínio das vendas anuais da empresa desde 2012. Ainda assim, a empresa com sede em Atlanta entra no mercado de cafeterias em um momento em que concorrentes como Starbucks e JAB já dominam diversos mercados importantes.
--Com a colaboração de Lisa Pham.
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