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Setor de materiais para reforma se prepara para furacão nos EUA

Matthew Townsend

12/09/2018 15h49

(Bloomberg) -- Jennifer Thayer, gerente sênior da Lowe's, lidou com tantos furacões à frente da empresa especializada em reformas de imóveis que os colegas de trabalho brincam que as tempestades a perseguem.

Thayer, 44, trabalha na Lowe's desde 2004, quando começou como gerente de loja no Texas. Em 2005, veio o Katrina e ela foi chamada ao dever em mais um estado, Luisiana, para ajudar com a limpeza. Ela estava trabalhando em Houston em 2008 quando o furacão Ike inundou a cidade, e se tornou vice-presidente de operações de lojas na Flórida pouco antes do Matthew e do Irma.

Thayer agora é supervisora de lojas na Carolina do Norte e do Sul, região ameaçada pelo furacão Florence, que poderia ser o mais intenso a atingir a região em 64 anos. "Você está falando sério?", disse o filho de 6 anos a Thayer, segundo ela. "Sério, mãe, de novo?"

Bem-vindo ao mundo dos funcionários do ramo de reformas que trabalham nos pontos mais atingidos por furacões nos EUA. Para a Lowe's e a concorrente Home Depot, as tempestades geram um grande impacto financeiro. Os consumidores correm para as lojas antes de tempestades para comprar de tudo, desde baterias para geradores até madeira compensada para se preparar para o caos que vem pela frente, e também depois que elas passam, em busca de ferramentas e materiais para consertar suas casas e empresas.

A receita relacionada à tempestade aumentou as vendas nas mesmas lojas da Lowe's em 2 pontos percentuais no segundo semestre de 2017, quando o Harvey atingiu a região de Houston, devastando áreas inteiras da cidade, e o Irma passou pela Flórida. Enquanto porcentagem da venda total, os ganhos equivalem a um aumento de mais de US$ 600 milhões.

O furacão Florence pode gerar um aumento de 0,6 ponto percentual nas vendas no segundo semestre do ano para Home Depot e Lowe's, segundo a Consumer Edge Research.

No fim da semana passada, com o fortalecimento do Florence, a Lowe's começou a enviar suprimentos para a região, e na tarde de terça-feira haviam sido destacados 750 caminhões carregados com mercadorias. "Passamos de uma quase calmaria para uma situação volátil da noite para o dia e estamos nos preparando para essas tempestades", disse Thayer, por telefone, da sede da empresa, em Moorseville, na Carolina do Norte. "A intensidade está aumentando."

Centros de comando

As duas redes abriram seus centros de comando para monitorar o Florence e coordenar a entrega de mercadorias nas áreas que estão em seu caminho. Este furacão afetará a Lowe's, em especial, já que a sede da empresa fica a cerca de 50 quilômetros ao norte de Charlotte. A empresa por enquanto não tem planos de fechar seu campus corporativo.

A Lowe's tem interesse em reabrir as lojas rapidamente porque sabe que haverá uma enorme demanda por mercadorias. É por isso que a empresa mantém equipes de socorro para furacões o ano todo. São funcionários que se oferecem para trabalhar em áreas de desastres para preencher vagas de colegas que podem ter precisado deixar a região ou que não conseguem retornar à loja.

A empresa ativou esse grupo, com 100 funcionários recrutados em cidades do interior da Carolina do Norte, como Asheville e Hickory. Se necessário, mais funcionários virão de estados próximos, como Tennessee e Flórida, e ficarão por semanas.

"Eu fiquei muito boa nesta coisa do antes e depois da tempestade", disse Thayer. "É uma situação infeliz."