Com novo imposto, agricultor argentino troca milho por soja
(Bloomberg) -- A volta dos impostos sobre exportações da Argentina significa que alguns fazendeiros vão plantar soja em vez de milho na safra 2018-2019.
Para aproximadamente 80 por cento dos agricultores que já compraram sementes e fertilizantes, é tarde para mudar planos. Mas ainda há bastante espaço para troca. A expectativa é que sejam plantados até 300.000 hectares adicionais com soja, de acordo com o consultor independente Gustavo Lopez.
A plantação de milho já começou e a soja começa a ser semeada em outubro.
O presidente Mauricio Macri subiu a alíquota sobre embarques de soja crua em 2 pontos percentuais para cerca de 28 por cento. O milho, que era exportado sem imposto, agora precisará pagar aproximadamente 10 por cento. O imposto e o tombo nos preços convenceram produtores nos Pampas a desistir do milho nesta temporada, segundo Lopez.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou em relatório divulgado na quinta-feira que a área plantada com milho pode ficar abaixo da iniciativa inicial de 5,8 milhões de hectares devido aos impostos ? anunciados em 3 de setembro dentro do esforço para equilibrar as contas públicas. A bolsa divulgará a perspectiva para a área plantada com soja em 26 de setembro.
A Bolsa de Comércio de Rosário informou em relatório distribuído na quarta-feira que a previsão anterior era que a área plantada com milho aumentaria 6 por cento em relação à safra anterior, mas que os impostos sobre exportação reduziram essa projeção para 2,6 por cento. A bolsa agora calcula 5,6 milhões de hectares, sem contar o milho destinado a silagem.
Já a estimativa para a área plantada com soja é de ligeiro aumento para17,9 milhões de hectares. Os analistas de Rosário achavam inicialmente que a área diminuiria. Para a colheita, a previsão é de 50 milhões de toneladas. A oferta global já é grande com a colheita recorde esperada nos EUA.
"Os novos impostos sobre exportação pesam sobre o milho e significam que o plantio mais tardio está sendo reprogramado", afirmou a bolsa. "Em busca de retornos melhores, a preferência é por oleaginosas."
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