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Bilionária chinesa perde 66% da fortuna com guerra comercial

Zhou Qunfei já perdeu US$ 6,6 bilhões por causa da guerra comercial entre EUA e China - Reprodução
Zhou Qunfei já perdeu US$ 6,6 bilhões por causa da guerra comercial entre EUA e China Imagem: Reprodução

Blake Schmidt e Venus Feng

19/10/2018 14h36

(Bloomberg) -- As telas sensíveis ao toque do iPhone e da Tesla fizeram dela a mulher mais rica da China. A guerra comercial entre EUA e China a tornou a maior perdedora de 2018 entre os bilionários chineses.

Zhou Qunfei, presidente do conselho da fornecedora de eletrônicos de consumo Lens Technology, perdeu neste ano 66% de sua fortuna, ou US$ 6,6 bilhões --a maior queda em termos percentuais entre os ricos da China--, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

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As ações da Lens Technology caíram 62% neste ano devido à forte queda das fornecedoras da Apple em meio aos aumentos de tarifas aplicados à China pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e depois que Elon Musk renunciou à presidência do conselho da Tesla após investigação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês).

A queda na riqueza também derrubou as fortunas de bilionários como o fundador da Alibaba, Jack Ma, e o CEO da Tencent, Ma Huateng. Os bilionários chineses que estão entre as 500 pessoas mais ricas do mundo perderam um total combinado de US$ 86 bilhões neste ano.

Relatório da Oxford Economics divulgado nesta sexta-feira (19) concluiu que as ações chinesas foram as mais afetadas pelas notícias adversas sobre política comercial.

"As ações chinesas, em geral, têm reagido mais às notícias negativas sobre a guerra comercial nos últimos meses, têm se recuperado mais lentamente que as ações americanas e têm sido menos afetadas pelas notícias positivas a respeito da guerra comercial do que as demais", escreveram os analistas Jamie Thompson e Liam Gallagher.

Tarifas de Trump

Muitas fornecedoras da Apple na Grande China, incluindo a Lens, caíram no mês passado depois que Trump afirmou que estava disposto a aplicar tarifas a mais US$ 267 bilhões em produtos chineses, que se somariam às taxas a US$ 200 bilhões em importações já estudadas por ele.

Tarifas e realocações de fábricas nos EUA aumentariam custos, enquanto a possível ascensão do nacionalismo na China poderia levar ao boicote de marcas americanas como a Apple, prejudicando as fornecedoras, disse Yeason Jung, analista da Capital Futures, no mês passado.

A Lens também lamina painéis com telas para a Tesla. Muitas das fornecedoras asiáticas da Tesla caíram depois que a SEC acusou Musk de enganar os investidores ao tuitar que havia conseguido financiamento para fechar o capital da fabricante de veículos, o que resultou em um acordo de US$ 40 milhões.

Zhou nasceu em Xiangxiang, na província chinesa de Hunan, em 1970. Após trabalhar durante seis anos em uma fábrica de óculos, ela saiu e fundou sua própria empresa em Shenzhen, a antecessora da Lens Technology. A empresa começou a ser negociada no mercado Growth Enterprises em Shenzhen em março de 2015. O marido dela, Zheng Junlong, é acionista e vice-presidente do conselho da Lens.

(Com a colaboração de Pei Yi Mak)

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