Para Amazon, compras de Ação de Graças serão feitas on-line
(Bloomberg) -- O peru do Dia de Ação de Graças está no forno, os convidados estão a caminho e, de repente, você percebe que esqueceu o chantilly para a torta de abóbora caseira que está esfriando na janela. A Amazon está pronta para te salvar.
A maior varejista on-line do mundo vai oferecer entrega rápida de compras dos supermercados Whole Foods em Chicago e em outras cidades dos EUA até as 14 horas da quinta-feira, um experimento para aplicar à preparação da refeição do feriado americano uma dose de praticidade de última hora, ingrediente que já lhe deu uma vantagem com os compradores de presentes de fim de ano. A Amazon entregou seu último pedido de Natal - que incluía um carrinho de brinquedo com controle remoto - às 23h58 do dia 24 de dezembro do ano passado.
A aposta da Amazon no Dia de Ação de Graças é o mais recente exemplo de como varejistas, startups e capitalistas de risco estão tentando de tudo para obter uma vantagem em um momento em que as compras de mercado migram para a internet. O Walmart está investindo em entrega em domicílio com a Deliv e outros parceiros para manter sua posição de maior supermercado dos EUA e tirar proveito da vasta presença de suas lojas. A Kroger anunciou em maio um investimento no mercado on-line Ocado Group, do Reino Unido. Capitalistas de risco estão distribuindo cheques para a Instacart e para a Deliv, que registram grandes aumentos de outros mercados além do Walmart. Os investidores apostam até mesmo que uma nova geração de micro-ondas e fornos inteligentes vai, algum dia, automatizar o reabastecimento da despensa.
Empreendedores e executivos esqueceram os fracassos do passado, como Webvan, e os tropeços mais recentes, como Blue Apron. Em vez disso, eles estão otimistas de que a maior de todas as categorias do varejo esteja finalmente entrando na era digital.
Os feriados poderiam provar que eles estão certos. Cerca de 16 por cento das pessoas que preparam refeições de fim de ano vão encomendar mantimentos pela internet, e metade delas fará isso pela primeira vez, de acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de cadeia de abastecimento JDA Software, que tem sede em Scottsdale, Arizona.
"Os consumidores realmente estão aderindo de maneira rápida à entrega de mantimentos", disse JoAnn Martin, vice-presidente da JDA. "Não há indícios de que isso seja uma moda passageira. Os mercados que não continuarem aprimorando a praticidade vão ficar para trás."
Quando a Amazon comprou a Whole Foods por US$ 13,7 bilhões no ano passado, o setor foi avisado de que uma mudança estava por vir e seria preciso mais do que leite com desconto emparelhado com prateleiras repletas de biscoitos para conquistar os negócios. Hábitos de compras arraigados e o desejo do consumidor de escolher seus próprios alimentos frescos impediram que as vendas de produtos alimentícios aderissem à internet tão rapidamente quanto livros, brinquedos e eletrônicos. Mas o mero tamanho desse mercado significa que até mesmo uma pequena mudança é uma oportunidade enorme.
As vendas on-line de alimentos, bebidas, sabonetes, xampus, ração para bichos de estimação e outros itens rotineiramente vendidos em supermercados atingirão US$ 177 bilhões em 2022, o dobro dos US$ 88 bilhões deste ano, segundo a Cowen & Co. Isso fará com que o comércio on-line de produtos de supermercado represente um mercado maior que o de produtos eletrônicos e o de brinquedos juntos.
"Quando a Amazon desembolsou bilhões para comprar a Whole Foods, ela apenas validou o quanto essa oportunidade de mercado está madura", disse Greg Bettinelli, sócio da Upfront Ventures, que liderou a rodada da Deliv. "Há mais capital para ir atrás de grandes ideias."
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