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EUA planejam ações contra hackers e espiões chineses, dizem fontes

Jennifer Jacobs e Chris Strohm

12/12/2018 11h17

(Bloomberg) -- O governo Trump planeja adotar várias medidas com o objetivo de chamar a atenção da China por seus esforços de roubar segredos intelectuais de empresas americanas de alta tecnologia, segundo duas pessoas a par do assunto.

O Departamento de Justiça deverá indiciar uma série de supostos hackers que acredita que trabalham para agências de inteligência chinesas e que atacaram empresas de tecnologia dos EUA, segundo as pessoas. O Departamento de Justiça havia planejado fazer um ou mais anúncios relacionados a espionagem chinesa, incluindo as acusações formais, mas os planos foram suspensos, segundo uma das pessoas.

Entre as ações esperadas está a desclassificação de algumas informações de inteligência dos EUA relacionadas a atividades de espionagem chinesas, segundo uma das pessoas. As acusações pendentes foram noticiadas anteriormente pelo Wall Street Journal e pelo Washington Post.

As medidas mais duras surgem em um momento em que os EUA continuam buscando uma trégua com a China em uma batalha tarifária crescente. O governo Trump vem tentando negociar um acordo comercial englobando automóveis, compras agrícolas e outras questões, mesmo prometendo continuar combatendo o que chama de esforços intensivos da China para roubar propriedade intelectual dos EUA.

O vice-premiê chinês, Liu He, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante de Comércio, Robert Lighthizer, conversaram por telefone na manhã de terça-feira, trocando opiniões a respeito do roteiro das negociações. Lighthizer foi encarregado de fechar um acordo prevendo "mudanças estruturais" no modelo econômico da China a partir de 1º de março.

Mas a abordagem dos EUA para as negociações comerciais em alguns momentos foi acompanhada de ações duras contra a China em questões relacionadas.

No mesmo dia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, jantava com o presidente da China, Xi Jinping, em Buenos Aires, recentemente, na cúpula do G20, os EUA tomaram providências para que as autoridades canadenses prendessem a diretora financeira da Huawei Technologies, acusada de ajudar a empresa chinesa a evadir as sanções contra o Irã.

Um juiz canadense afirmou nesta semana que não está satisfeito com a proposta de fiança para a executiva, Meng Wanzhou, que enfrenta possível extradição para os EUA. Os advogados dela rejeitam as acusações.

As últimas medidas dos EUA foram tomadas após debates dentro do governo Trump a respeito da imposição de sanções a entidades chinesas capturadas roubando propriedade intelectual dos EUA por meio de ataques cibernéticos, disseram três pessoas a par do assunto.

O plano em discussão usaria uma ordem executiva do governo Obama que permite que os EUA imponham sanções a indivíduos ou entidades envolvidos em "atividades cibernéticas mal-intencionadas". Mas isso provocou um acalorado debate entre integrantes do governo e Mnuchin, que tem jurisdição sobre as possíveis sanções, disse que bloqueará a iniciativa, segundo as pessoas.

Se decidir seguir adiante, o governo poderá confiscar ou congelar os ativos das empresas chinesas flagradas roubando propriedade intelectual de firmas americanas. Pode também proibi-las de fazer negócios com empresas americanas.

O debate atual mostra como o governo Trump tem procurado aumentar a pressão sobre Pequim por meio de medidas que vão além das tarifas, naquilo que representantes do governo veem como uma guerra existencial pela inovação com a China.

--Com a colaboração de Jenny Leonard, Shawn Donnan e Andrew Mayeda.

Repórteres da matéria original: Jennifer Jacobs em Washington, jjacobs68@bloomberg.net;Chris Strohm em Washington, cstrohm1@bloomberg.net