Gigantes da mineração podem fazer lances ousados em 2019
(Bloomberg) -- As maiores mineradoras do mundo deveriam se abrir a uma análise radical em 2019. A recomendação é do Deutsche Bank.
Com a perspectiva de desaceleração do crescimento econômico na China, queda do preço do minério de ferro e aumento dos custos de produção, o setor pode estudar estratégias ousadas de mudança, segundo o banco, que elaborou um relatório com uma lista de ideias não convencionais. Estas são as principais propostas:
BHP
A maior mineradora do mundo passou ativos indesejados para a South32 em 2015 e pode novamente reduzir sua carteira, desmembrando operações como a Nickel West, unidades de petróleo e gás na Austrália e de carvão térmico na Colômbia e Austrália. Já a Whitehaven Coal poderia tentar adquirir participação minoritária na mina de carvão térmico Mt. Arthur, dando ao grupo BHP uma estratégia de saída no longo prazo.
O fim da hostilidade no comércio internacional poderia fazer com que os chineses comprassem mais fertilizantes da América do Norte, elevando o preço da potassa, que é um nutriente agrícola. Em reação a isso, a BHP, que tem sede em Melbourne, poderia avançar planos relativos ao desenvolvimento do projeto Jansen, de US$ 5 bilhões, que envolve a produção de potassa no Canadá.
No Brasil, a BHP poderia se retirar da joint venture Samarco, à medida que a empresa se prepara para voltar a operar. BHP e Whitehaven não quiseram comentar.
Rio Tinto
De acordo com o relatório, para aumentar a exposição ao cobre, a Rio Tinto poderia estudar a compra de Anglo American, First Quantum ou Freeport-McMoRan, mas provavelmente precisaria se aliar a um investidor de private equity.
Sediada em Londres, a segunda maior mineradora do mundo está de olho em oportunidades com cobre e tem balanço patrimonial suficiente para pagar um ágio por isso, revelou o presidente Jean-Sebastien Jacques.
A empresa também poderia aproveitar "o estágio derradeiro do ciclo favorável do aço e do minério de ferro de alta qualidade", abrindo o capital da subsidiária canadense Iron Ore Co., avaliada pelo Deutsche Bank em cerca de US$ 3 bilhões. A Rio Tinto se recusou a comentar.
Outras empresas
Após concluir a retirada de operações de carvão na África do Sul, a australiana South32 poderia tentar vender a unidade de níquel na Colômbia e outros ativos no país a uma empresa global de negociação de commodities. A South32, sediada em Perth, se recusou a comentar.
Um eventual colapso do preço do minério de ferro no primeiro trimestre de 2019 poderia levar a Fortescue Metals Group a cancelar uma recompra de ações de 500 milhões de dólares australianos (US$ 360 milhões). Sócios da empresa no projeto de magnetita Iron Bridge podem considerar uma injeção de capital, segundo o banco.
O programa de recompra de ações da Fortescue fica aberto por aproximadamente um ano "proporcionando flexibilidade em termos de timing e execução" e a companhia já recomprou o equivalente a 103,4 milhões de dólares australianos em ações, informou a presidente Elizabeth Gaines em comunicado enviado por email. A companhia também segue em discussão com os sócios no projeto Iron Bridge, segundo ela.
--Com a colaboração de Krystal Chia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.