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Regulador de medicamentos da China se torna mais rápido do mundo

Bloomberg News

19/12/2018 11h48

(Bloomberg) -- A China está passando aceleradamente por marcos regulatórios ao realizar uma transformação surpreendente, deixando de ser um mercado em que medicamentos ocidentais básicos eram escassos e passando a ser um mercado em que tratamentos que salvam vidas estão disponíveis antes que nos EUA - tudo isso em menos de um ano.

Na terça-feira, a China anunciou a aprovação de um tratamento contra a anemia da AstraZeneca e da FibroGen antes dos EUA e de outros mercados. Foi o mais recente marco de um órgão regulador que começou o ano com um atraso em relação aos medicamentos estrangeiros disponíveis em outros países.

Em abril, o órgão aprovou em nove dias a vacina contra o HPV da Merck & Co., Gardasil 9, que está em uso no mundo todo desde 2014. Poucos meses depois, deu luz verde às cápsulas contra o câncer colorretal da Hutchison China MediTech, fruquintinib; foi a primeira vez que um medicamento nacional foi aprovado na China antes que nos EUA e na Europa.

Com o roxadustat, da AstraZeneca e da FibroGen, um tratamento contra a anemia para pacientes com doença renal crônica que dependem de diálise, a China aprovou um possível sucesso de vendas - um medicamento com potencial para atingir US$ 1 bilhão em vendas - antes do restante do mundo.

"Este é um marco e um sinal de que o governo da China continua concentrado na inovação", disse John J. Lin, parceiro de ciências da vida e assistência médica da EY em Xangai. "As empresas farmacêuticas prestarão cada vez mais atenção ao mercado chinês com relação à pesquisa e ao desenvolvimento."

A rápida reinvenção do órgão regulador ocorreu devido à pressão da crescente classe média do país para obter acesso aos melhores remédios e cuidados de saúde disponíveis. Antigamente, os pacientes tinham que viajar para o exterior para obter remédios capazes de salvar vidas, mas agora Pequim está determinada a que seus cidadãos, que têm algumas das maiores taxas de câncer, diabetes e doenças hepáticas no mundo, possam ter acesso direto a bons medicamentos primeiro.

A China deve aprovar cerca de 50 medicamentos neste ano, de acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey & Co., um número maior do que o total aprovado na última década.

To contact Bloomberg News staff for this story: Rachel Chang em Shanghai, wchang98@bloomberg.net