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Investidor global vê Brasil puxando recuperação dos emergentes

Bloomberg News

20/12/2018 15h38

(Bloomberg) -- Nessas festas de fim de ano, o investidor internacional vai abandonar a schnapps e cair na caipirinha. Os mercados emergentes vão se recuperar em 2019, puxados pelos ativos brasileiros. A conclusão é da pesquisa da Bloomberg com 30 investidores, operadores e estrategistas.

Títulos, ações e moedas de países em desenvolvimento chegaram a um piso e tendem a superar os ativos de nações desenvolvidas em 2019, de acordo com a sondagem. O Brasil foi favorito nas três classes de ativos. A Indonésia também se destacou. A caminho da recessão, a Turquia ficou em último lugar em duas categorias.

Um fator importante para a expectativa de melhora em 2019 é a postura menos agressiva do banco central americano (Federal Reserve), que reduziu projeções para juros e crescimento econômico após ter subido a taxa básica na quarta-feira. Essa postura oferece alívio a países em desenvolvimento, que aumentaram as captações em dólares nos últimos anos.

Uma estabilização da desaceleração econômica na China e o arrefecimento da guerra comercial também ajudariam os mercados emergentes após o pior desempenho desde 2015, quando a grande preocupação era um pouso forçado da economia chinesa.

"Com o Fed chegando ao fim do ciclo de aperto, os fundos tendem a voltar para os mercados emergentes", acredita Hironori Sannami, operador de câmbio para moedas de países emergentes do Mizuho Bank, em Tóquio. "Mas o quadro não é tão bom, considerando que a tensão comercial entre EUA e China vai continuar e isso vai manter os investidores apreensivos. Se as preocupações comerciais se resolverem, o apetite por risco pode voltar mais forte."

Por enquanto, as ações de países emergentes estão prestes a encerrar um terceiro trimestre consecutivo de perdas, embora moedas e títulos estejam se recuperando após os tropeços na metade do ano. O MSCI Emerging Markets Index, que acompanha ações, acumula queda de 17 por cento em 2018. O indicador da MSCI para moedas dessas regiões recuou 4,2 por cento. Já o índice Bloomberg Barclays de títulos de países emergentes denominados em moeda local registra perda de 1,7 por cento desde o começo do ano.

A maioria dos participantes da pesquisa realizada entre 5 e 17 de dezembro espera valorização para as três classes de ativos em 2019. A maioria também prevê que os ativos de países em desenvolvimento terão desempenho superior ao dos países avançados.

"As ações de mercados emergentes estão baratas em relação às dos mercados desenvolvidos e ficaram muito atrás em 2018, portanto a retomada é questão de tempo", disse o estrategista sênior de investimentos Daniel Morris, do BNP Paribas Asset Management, em Londres.

Os ativos brasileiros estão menos baratos do que no meio do ano, após a eleição de Jair Bolsonaro alimentar a expectativa de aprovação de reformas e medidas para controlar a dívida pública. Na Indonésia, os mercados se recuperam após as autoridades elevarem os juros em reação ao tombo da moeda.

Uma pausa pelo Fed e um acordo comercial com os EUA favorecem os ativos mexicanos, o que aumenta o interesse por aplicações na América Latina, segundo o levantamento.

Participaram da pesquisa:

* American Century Investments* Amundi Asset Management* Asset Management One Co.* Bank of Singapore Ltd.* BNP Paribas Asset Management* Daiwa SB Investments Ltd.* Deltec Asset Management LLC* Deutsche Bank Wealth Management* Eastspring Investments* Fidelity International* Fujitomi Co.* Informa Global Markets* Investec Bank Plc* Japan Bank for International Cooperation* Krung Thai Bank Pcl* Manulife Asset Management* Mitsubishi UFJ Kokusai Asset Management Co.* Mizuho Bank Ltd.* Mizuho Research Institute Ltd.* Neuberger Berman Group LLC* NWI Management LP* Oanda Corp.* Prime Partners SA* PineBridge Investments* SBI Securities Co.* Skandinaviska Enskilda Banken AB* Stone Harbor Investment Partners LP* UOB Asset Management Ltd.* Vontobel Asset Management* Woodman Asset Management

--Com a colaboração de Tomoko Yamazaki, Lilian Karunungan, Ben Bartenstein e Aline Oyamada.

To contact Bloomberg News staff for this story: Yumi Teso em Bangkok, yteso1@bloomberg.net;Hannah Dormido em Hong Kong, hdormido@bloomberg.net;Selcuk Gokoluk em London, sgokoluk@bloomberg.net;Netty Idayu Ismail em Singapore, nismail3@bloomberg.net