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#MeToo levou empresas a buscar novos recursos e mudar políticas

Jordyn Holman

26/12/2018 14h50

(Bloomberg) -- O movimento #MeToo fez mais do que revelar a onipresença do assédio sexual no ambiente de trabalho nos EUA. Também levou milhões de pessoas nesse país a procurar soluções, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard e da Universidade da Califórnia, em San Diego.

Pesquisas relacionadas a denúncias e treinamentos preventivos contra assédio e agressão sexuais aumentaram 30 por cento em relação aos níveis históricos a partir de 15 de outubro - o dia em que a atriz Alyssa Milano pediu que as pessoas publicassem no Twitter as palavras "me too" ("eu também") se tivessem enfrentado violência sexual - até 15 de junho.

O estudo, publicado pela JAMA Internal Medicine, analisou o volume de termos como "sexual", "treinamento" e "denúncia" em pesquisas no Google nos EUA entre 1º de janeiro de 2010 e 15 de junho de 2018. Também foi encontrado um aumento significativo nas buscas por termos como assédio sexual e agressão durante esse mesmo período de tempo.

"O movimento #MeToo provocou um interesse substancial não apenas no assédio e/ou na agressão sexual, mas também em medidas práticas para denunciar e prevenir", escreveram os pesquisadores no relatório.

Outros sinais apontam para um novo interesse na prevenção. As empresas que elaboram vídeos de treinamento para o ambiente de trabalho também registraram um aumento nos negócios depois que acusações de má conduta sexual contra Harvey Weinstein, o magnata de Hollywood que agora caiu em desgraça, foram divulgadas pela primeira vez no The New York Times. A Sociedade de Gestão de Recursos Humanos afirmou que cerca de um terço de seus membros mudou o conteúdo e o formato de seu treinamento contra assédio nos últimos 12 meses.