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Economia da China desacelera pelo sétimo mês em dezembro

Bloomberg News

28/12/2018 13h55

(Bloomberg) -- A economia da China desacelerou pelo sétimo mês consecutivo em dezembro, porque a guerra comercial, a demanda doméstica moderada e a desaceleração da inflação fabril frearam o crescimento.

É o que sinaliza um indicador da Bloomberg Economics que agrupa os primeiros dados disponíveis sobre as condições comerciais e a confiança do mercado. Os dados sugerem que a campanha de estímulo do governo e a trégua da guerra comercial com os EUA ainda não mostraram muito impacto na trajetória de crescimento do país.

Os dados indicam que a atividade continua desacelerando na China e que as principais limitações ainda são a incerteza em relação ao comércio mundial e a pouca confiança, disse David Qu, economista da Bloomberg Economics. "A recente flutuação no mercado de commodities pode prejudicar ainda mais a rentabilidade do setor manufatureiro" e vamos acompanhar com atenção o que o governo faz para estabilizar a economia no começo de 2019, disse ele.

Os líderes da China prometeram na semana passada mais apoio à economia no ano que vem, indicando uma crescente preocupação de Pequim em relação à economia e ao estancamento do crescimento. Mesmo com o atual cessar-fogo da guerra comercial, ainda não há garantia de um grande avanço até o começo de março, prazo final da trégua atual.

Dados oficiais

Os primeiros dados econômicos oficiais da China para dezembro, os índices de gerentes de compras para os setores manufatureiro e não-manufatureiro, serão divulgados na segunda-feira de manhã em Pequim.

O indicador de manufatura provavelmente permanecerá inalterado em 50 pontos, a linha divisória entre expansão e contração. Antes de novembro, a última vez que o dado ficou tão baixo foi em meados de 2016. Estima-se que o indicador não-manufatureiro, que abrange a construção e os serviços, cairá um pouco, de acordo com a pesquisa da Bloomberg.

As empresas manufatureiras da China já estão sob pressão porque a produção apresentou o crescimento mais lento em uma década em novembro e a inflação fabril está desacelerando. Se as atuais negociações comerciais fracassarem, as tarifas mais altas dos EUA prejudicariam ainda mais as perspectivas.

Fora o cessar-fogo comercial, as empresas receberam poucas boas notícias. Um índice de confiança empresarial entre pequenas e médias empresas da Standard Chartered manteve-se inalterado em 54,7 pontos em dezembro e a perspectiva é sombria porque as pressões baixistas continuam aumentando, segundo Shen Lan, a economista de Pequim a cargo da pesquisa do banco.

"A demanda de exportação enfraqueceu e a demanda doméstica permaneceu lenta para as PME em dezembro", disse ela em relatório de 24 de dezembro. A aceleração da produção foi impulsionada principalmente pelas indústrias não-manufatureiras e de alta tecnologia, ao passo que a manufatura desacelerou ainda mais, escreveu ela. "No geral, as condições de crédito melhoraram no quarto trimestre, embora não tenham mostrado melhora adicional em dezembro."

O mercado acionário da China teve um dos piores anos em 2018 e acelerou a queda no último mês. Sua referência, o Índice Composto de Xangai, está quase 25 por cento abaixo de onde começou neste ano, o que o torna o mercado de ações de grande porte com o pior desempenho do mundo. Os preços das commodities refletiram essa fraqueza, sendo que o cobre caiu em dezembro e o trading de minério de ferro ficou abaixo dos picos de novembro.

--Com a colaboração de Hannah Dormido.

To contact Bloomberg News staff for this story: Miao Han em Pequim, mhan22@bloomberg.net