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Maiores economias do mundo avançam para desaceleração

William Horobin

14/01/2019 14h48

(Bloomberg) -- O impulso das principais economias do mundo está diminuindo, de acordo com um indicador utilizado pela OCDE para prever pontos de inflexão.

O Composite Leading Indicator é o mais recente sinal de uma desaceleração sincronizada no crescimento global e soma-se aos alertas de recessão desencadeados pelos números industriais da Alemanha na semana passada e pela queda dos números do comércio da China nesta segunda-feira.

O indicador, projetado para prever pontos de inflexão com uma antecedência de seis a nove meses, está caindo desde o começo de 2018 e voltou a recuar em novembro. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico destacou os casos dos EUA e da Alemanha, onde afirmou que foram confirmados "sinais provisórios" de perda de impulso.

Apenas duas semanas depois do começo de 2019, o indicador econômico da OCDE chega após uma série de números que insinuam que o crescimento neste ano poderia ser ainda mais lento do que se projeta atualmente. Para a Bloomberg Economics, os dados indicam "uma desaceleração, não um colapso", mas, de qualquer modo, a perda de impulso é "notável".

China

As tensões comerciais com os EUA se manifestam nos dados. As exportações chinesas caíram 4,4 por cento em dezembro em relação ao ano anterior, o pior desempenho em dólares desde 2016. As importações também sofreram a maior queda desde 2016, sinal de uma diminuição da demanda local que poderia ter consequências para quem exporta para a China.

Zona do euro

A indústria nas principais economias da região teve um mês de novembro sombrio. A produção caiu 1,7 por cento, e uma queda na Alemanha gerou suspeitas de que a economia poderia se contrair pelo segundo trimestre consecutivo, o que deixaria o país em uma recessão técnica. Também existem preocupações com a economia da Itália, e distúrbios e protestos na França abalaram o crescimento do país.

EUA

O crescimento do emprego continua forte, segundo o último relatório sobre o mercado de trabalho, mas os indicadores da atividade têm enfraquecido. Um indicador fundamental do Institute for Supply Management sobre a fabricação está em seu patamar mais baixo em dois anos, e o mercado imobiliário está esfriando. Projeta-se que a expansão geral vai se moderar neste ano, em parte por causa do desaparecimento do estímulo gerado pelas reduções de impostos do governo de Donald Trump.

As autoridades do Federal Reserve perceberam a mudança de perspectiva e sugeriram que poderiam interromper seu ciclo de aumentos das taxas de juros enquanto esperam que a situação fique mais clara. O presidente Jerome Powell disse na semana passada que o Fed pode ser "paciente e flexível e esperar para ver como o assunto evolui".