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Cartão Apple do Goldman é vitória para firma desconhecida: Fonte

Anders Melin, Sridhar Natarajan e Jenny Surane

11/03/2019 14h40

(Bloomberg) -- O Goldman Sachs Group escolheu uma empresa de tecnologia pouco conhecida para ajudar a administrar os pagamentos de sua parceria planejada de cartões de crédito com a Apple.

O banco fechou um acordo no ano passado para licenciar o software de processamento de pagamentos da CoreCard Software, pertencente à Intelligent Systems, para ajudar em sua incursão nos negócios de cartões para o consumidor, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada porque a informação é confidencial.

Essa tecnologia costuma ser usada para tarefas como gerenciar autorizações de cartões, identificar fraudes em tempo real e calcular juros ou recompensas. O acordo poderia dar um grande impulso à Intelligent Systems, com sede em Norcross, Geórgia, que teve receita de cerca de US$ 16 milhões no período de 12 meses terminado em 30 de setembro - o que poderia multiplicar seu tamanho caso a parceria do Goldman com a Apple seja bem-sucedida.

Representantes do Goldman Sachs, da Apple e da Intelligent Systems preferiram não comentar.

A escolha da CoreCard pelo Goldman surpreende em um setor há muito dominado por empresas como a Total System Services e a First Data, cada uma mais de 100 vezes maior do que a Intelligent Systems em termos de receita.

'Sem noção'

"As empresas que não conseguem nos encontrar provavelmente estão sem noção", disse J. Leland Strange, CEO da empresa, a investidores em uma teleconferência em agosto. "Se você não consegue nos encontrar, provavelmente você não é uma boa perspectiva, e nós não precisamos bater na sua porta."

As empresas do setor estão enfrentando uma concorrência cada vez maior de startups como Stripe e Marqeta, que têm conquistado negócios prometendo mais rapidez na comercialização de novos programas de cartões e melhores controles para pagamentos. O Goldman investiu em uma rodada de financiamento para a Marqeta no ano passado.

As ações da Intelligent Systems vêm avançando de vento em popa e mais que dobraram no ano passado, gerando um retorno de 1.300 por cento desde o final de 2014 até o fechamento de sexta-feira. Em novembro, a companhia anunciou que havia conseguido um cliente muito grande.

"Tenho motivos para acreditar que o ano de 2019 pode ser substancialmente melhor, tanto nas receitas quanto nos lucros operacionais, se obtivermos as receitas de licenças que estamos projetando", disse Strange em conferência com investidores naquele mês.

Fundada na década de 1970, a Intelligent Systems opera como uma companhia controladora, tendo administrado e vendido diversas pequenas empresas de tecnologia e industriais. Entre elas estão a fabricante de soluções de lavagem ChemFree, que foi vendida para a CRC Industries em 2015, e a PaySys International, comprada pela First Data em 2001.

Repórteres da matéria original: Anders Melin em N York, amelin3@bloomberg.net;Sridhar Natarajan em N York, snatarajan15@bloomberg.net;Jenny Surane em Nova York, jsurane4@bloomberg.net