Militares do Brasil mantêm diálogo com generais da Venezuela
(Bloomberg) -- As Forças Armadas mantêm um canal de comunicação aberto com militares da Venezuela, apesar de o governo brasileiro não mais reconhecer Nicolás Maduro como presidente do país vizinho, disse o ministro da Defesa do Brasil, general Fernando Azevedo e Silva.
"É sempre útil manter esses canais", afirmou o ministro, em entrevista em seu gabinete. "Faz parte da diplomacia militar."
O diálogo é conduzido por meio de adidos militares que os dois países mantêm em Brasília e Caracas, respectivamente, disse Azevedo, um general de quatro estrelas do Exército com experiência em missão de paz no Haiti. Essa comunicação tem sido útil para o Brasil comprovar a lealdade do alto comando militar venezuelano a Maduro, apesar da pressão internacional para que eles mudem de lado e passem a apoiar o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó.
Guaidó foi reconhecido como líder legítimo da Venezuela pelos EUA e pela maior parte da América Latina, bem como por vários países europeus e pelo Japão, mas Maduro e seus generais ainda se mantêm juntos. Tentativas de levar ajuda humanitária pelas fronteiras do do Brasil e da Colômbia para os venezuelanos que passam fome fracassaram, mesmo com as sanções internacionais pressionando ainda mais uma economia já em frangalhos.
Azevedo disse que o canal com os militares de Maduro poderia ser usado para transmitir mensagens políticas, mas não deu detalhes. O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, disse recentemente ao Financial Times que o Brasil poderia fazer negociações para a saída de Maduro por meio de conversas de bastidores com autoridades do regime venezuelano.
Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, diz que todas as opções estão na mesa para derrubar Maduro, o Brasil tem repetidamente descartado o apoio a uma intervenção militar na Venezuela. "O Brasil é a favor da diplomacia", disse Azevedo.
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