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Impulso do BC americano aos emergentes já se mostra limitado

Christopher Anstey

29/03/2019 15h06

(Bloomberg) -- Os ativos de países emergentes aparentemente estão recebendo pouco impulso da postura recente e decididamente branda do Federal Reserve, o banco central dos EUA. Para o Instituto de Finanças Internacionais, de Washington, há sinais de que os investidores globais saciaram seu apetite por algumas nações em desenvolvimento.

"Moedas de muitos mercados emergentes caíram acentuadamente neste ano e não conseguiram se beneficiar do pano de fundo mais construtivo", escreveu a equipe de analistas do instituto, que inclui o economista-chefe Robin Brooks, em nota divulgada na quinta-feira. Dados capturados pelo monitoramento de carteiras internacionais do IIF (sigla em inglês) mostram que "o volume de fluxos está em uma tendência de declínio consistente há muitos anos, com cada mudança para uma postura mais branda pelo Fed sendo menos potente do que a anterior".

No início de março, Brooks e colegas concluíram que a década de dinheiro fácil proporcionada pelos três principais bancos centrais deixou um quadro de posicionamentos excessivos em diversos mercados em desenvolvimento. Por exemplo, o total de ações e títulos nas mãos de estrangeiros correspondia a menos de 40 por cento do PIB da África do Sul em 2010. Em 2018, a quantia era equivalente a 70 por cento do PIB.

A demanda por ativos da China continua na medida que a economia se estabiliza e os títulos e ações do país são incorporados aos índices globais. No entanto, dados do IIF sugerem que, excluindo a China, somente Indonésia e México registraram entradas significativas no ano passado na comparação com 2017, quando a maioria dos países emergentes se beneficiou do clima de apetite por risco embalado pela expectativa de expansão global sincronizada.