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Gestoras começam a corrigir disparidade de gênero, diz BlackRock

Nishant Kumar

16/05/2019 15h03

(Bloomberg) -- Gestores de recursos no Reino Unido continuam na lanterninha quando se trata de colocar mais mulheres em cargos de gestão de investimentos, mesmo com os ajustes dos desequilíbrios de gênero no nível de liderança, disse Rachel Lord, da BlackRock.

"Em termos de visibilidade de executivos no alto escalão, realmente acho que o setor de gestão de recursos está indo muito bem", disse Lord, que é chefe para a Europa, Oriente Médio e África na BlackRock, durante o painel do Bloomberg Equality Summit, realizado em Londres na quinta-feira. "Agora, o que não mudou, infelizmente, é que ainda não temos gerentes de portfólio e investidores visíveis o suficiente."

Os investidores são quase todos "homens, brancos, britânicos", disse Lord durante a cúpula realizada na sede europeia da Bloomberg. "O argumento para isso é que, para ser um grande investidor, isso provavelmente leva 20 anos e, portanto, ainda convivemos com as decisões de contratação tomadas há 20 anos."

Ana Botin, que comanda o Santander, disse que o banco espanhol tenta descobrir formas de promover mais executivas. Ela citou o exemplo de candidatos para ofertas de emprego internas do banco. Tipicamente, disse, os homens se candidatam quando cumprem cerca de 60% dos requisitos, enquanto as mulheres geralmente só decidem fazer isso quando cumprem todas exigências. "As mulheres tendem a acreditar que não são boas o suficiente para as funções", disse.

Lord também defendeu a divulgação de dados sobre salários por gênero, mesmo que seja um dado difícil de revelar, porque a iniciativa pressiona a comando e fornece pistas para empresas de menor porte sobre formas de corrigir o desequilíbrio, disse.

O Santander possui uma disparidade salarial entre homens e mulheres de 30% devido à falta de executivas em cargos de alto escalão. Quando se trata de aumentar a diversidade, Botin vê mérito nas cotas - mas não tem certeza se deveriam ser introduzidas. O Santander se comprometeu em aumentar a participação das mulheres na gestão para 30% até 2025, disse.