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Turistas podem ter verão estressante em voos no hemisfério norte

Justin Bachman

28/05/2019 10h50

(Bloomberg) -- A suspensão dos voos com o jato 737 Max da Boeing após dois desastres aéreos e a possível transferência de agentes de segurança de aeroportos para a fronteira do México podem resultar em muitos voos cancelados e longas filas na temporada de férias de verão no hemisfério norte.

Milhões de passageiros de companhias aéreas podem ter que se preparar para momentos estressantes durante alta temporada que começa em junho, devido a uma confluência de fatores que estão deixando o setor aéreo e aeroportos de cabelo em pé.

A associação de companhias áreas dos EUA, a Airlines for America, estima que 257,4 milhões de pessoas programaram viagens de avião entre 1º de junho até o fim de agosto, um número recorde e o décimo aumento consecutivo no verão do hemisfério norte. Essa multidão - totalizando, em média, 2,8 milhões de pessoas por dia - vai enfrentar dois desafios diferentes: a possível transferência de centenas de agentes de segurança da aviação para a fronteira mexicana e a continuidade da suspensão dos voos com o 737 Max.As companhias aéreas normalmente aumentam os lucros durante a temporada de verão, período em que a alta demanda mantém os preços de passagens elevados e aviões mais cheios do que em outras épocas do ano. Mas, este ano, o cenário é imprevisível.

Na sexta-feira, a United Airlines disse que vai cancelar 2.410 voos em junho e julho devido à suspensão dos voos com o 737 Max até pelo menos 3 de agosto. A Southwest, que opera o maior número de jatos Max, com 34 aviões, definiu 5 de agosto como prazo para avaliar se volta a incorporar o modelo na frota; a American estabeleceu o dia 19 de agosto, data que a companhia aérea define como o dia não oficial do fim da alta temporada. A American disse que a suspensão dos voos com o jato 737 Max causa o cancelamento de 115 voos diários; a Southwest tem cerca de 4 mil voos por dia, mas não detalhou quantos cancelamentos diários estima neste verão devido aos problemas com o modelo da Boeing.

Enquanto isso, o Departamento de Segurança Interna dos EUA avalia planos para transferir dezenas de agentes e até 400 seguranças de aeroportos da Administração de Segurança dos Transportes (TSA) para ajudar nas operações de fronteira no sul dos EUA. As propostas - juntamente com um plano da administração para transferir mais de US$ 230 milhões da TSA para as operações na fronteira - provocaram consternação entre as companhias aéreas, sindicatos e aeroportos sobre o impacto da medida, juntamente com o debate sobre as políticas de imigração do presidente Donald Trump.