Bloqueio de Trump vai reduzir vendas em US$ 30 bi, diz Huawei
(Bloomberg) -- O fundador da Huawei Technologies, Ren Zhengfei, estima que as sanções dos Estados Unidos reduzam a receita da empresa em cerca de US$ 30 bilhões nos próximos dois anos, impedindo o crescimento da gigante de redes ao bloquear o fornecimento de tecnologia americana.
As vendas da maior empresa de tecnologia da China devem permanecer estagnadas em cerca de US$ 100 bilhões em 2019 e 2020, disse o bilionário durante um painel, quantificando pela primeira vez o impacto de uma infinidade de restrições impostas pelo governo de Donald Trump. A Huawei, no entanto, pretende manter seu orçamento para pesquisa e desenvolvimento e evitar demissões ou grandes vendas de ativos. A venda de uma fatia majoritária na Huawei Marine - anunciada em junho - foi uma decisão não relacionada à campanha americana contra a empresa, acrescentou o presidente da Huawei, de 74 anos.
Ren disse na segunda-feira que ficou surpreso com a extensão dos ataques de Washington contra a empresa. A Huawei estaria se preparando para uma queda de até 60% das exportações de smartphones diante da suspensão das atualizações do Google para o Android nos celulares da empresa, assim como de aplicativos como Gmail e Google Maps. Ren admitiu que as restrições da administração Trump vão eliminar uma liderança de dois anos meticulosamente construída sobre rivais como Ericsson e Nokia.
"Não esperávamos que os EUA atacassem a Huawei de maneira tão resoluta. Não esperávamos que os EUA atingissem nossa cadeia de fornecedores de forma tão ampla - não apenas bloqueando o fornecimento de componentes, mas também nossa participação em organizações internacionais", disse Ren ao painel em uma transmissão da cidade Shenzhen, sede da Huawei. "Com isso, nossa receita para este ano e no próximo ano será de cerca de US$ 100 bilhões."
Ren adotou um tom desafiador diante das sanções dos Estados Unidos que ameaçam a sobrevivência de sua empresa. No foco da campanha de Trump está a suspeita de que a Huawei ajude Pequim em práticas de espionagem ao mesmo tempo em que lidera as ambições da China para se tornar uma superpotência tecnológica. Há anos a empresa tem sido acusada de roubo de propriedade intelectual em ações movidas por empresas americanas como Cisco Systems, Motorola e T-Mobile US. Críticos dizem que tais práticas ajudaram a Huawei a subir nos altos escalões da tecnologia - mas Ren acha graça dessa premissa.
Ren, que sobreviveu à grande fome de Mao Tsé-Tung para fundar a Huawei em 1987 com 21 mil iuanes, disse que o grupo fará o que for preciso para sobreviver. Antes recluso, o executivo se transformou em especialista em mídia em questão de meses para tenta salvar a empresa de US$ 100 bilhões que fundou.
To contact Bloomberg News staff for this story: Gao Yuan em Pequim, ygao199@bloomberg.net
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