China elimina limite de compras estrangeiras de ações e títulos
A China eliminou mais uma barreira ao investimento estrangeiro em seu mercado de capitais, quase 20 anos depois de ter liberado o acesso pela primeira vez.
Os fundos globais não precisarão mais de autorização para comprar cotas para investir em ações e títulos de dívida chineses, disse a Administração Estatal de Câmbio em comunicado divulgado na terça-feira. A China eliminou o limite total de US$ 300 bilhões em compras por investidores estrangeiros de ativos, dos quais cerca de dois terços permanecem sem uso.
É mais uma iniciativa de autoridades chinesas para aumentar o uso do yuan em transações internacionais e ocorre quando o país busca mais capital estrangeiro para equilibrar os pagamentos. A eliminação da cota de investimentos também é outro passo nos esforços do governo chinês para abrir o sistema financeiro da China para o mundo.
Não está claro quanto investimento novo as novas medidas atrairão para os mercados de títulos da China, de US$ 13 trilhões, e de ações, de US$ 6,9 trilhões, já que investidores estrangeiros usaram apenas US$ 111 bilhões da cota de US$ 300 bilhões disponível até 30 de agosto. Existem também rotas alternativas de investimento, como vínculos comerciais com a Hong Kong Exchanges & Clearing, que permitem aos gestores de recursos no exterior negociarem ações e títulos na China por meio da antiga colônia britânica.
"A mudança é mais simbólica e não provocará entradas significativas de capital", disse Ding Shuang, economista-chefe para China e do norte da Ásia no Standard Chartered Bank. "Mas é um bom gesto das autoridades, já que o 70º aniversário da fundação da República Popular da China se aproxima e não há desenvolvimento positivo nas negociações comerciais com os EUA."
Os investidores estrangeiros detinham 2 trilhões de yuans de títulos chineses e 1,6 trilhão de yuans de ações no fim de junho, segundo dados do banco central.
O processo de conceder a investidores estrangeiros a mesma facilidade de acesso dos agentes locais começou em 2000, quando a China negociava sua entrada na Organização Mundial do Comércio. As medidas foram aceleradas no ano passado, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a China de se beneficiar unilateralmente do comércio global.
O país também anunciou que bancos e seguradoras internacionais poderão comprar participações majoritárias em projetos locais. O UBS, JP Morgan Chase e Nomura Holdings obtiveram aprovação para o controle de suas joint ventures de valores mobiliários locais. O Goldman Sachs e DBS têm pedidos pendentes.
"É um gesto, tentando reduzir a burocracia e reforçar a mensagem de que continuam a abrir o mercado de capitais chinês", disse Gerry Alfonso, diretor do departamento de negócios internacionais do Shenwan Hongyuan. "Provavelmente, não tem impacto significativo a curto prazo nas ações, mas, no geral, é uma boa medida."
(Com a colaboração de Helen Sun)
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