ONG pede que BlackRock e Vanguard aumentem compromisso climático
(Bloomberg) -- BlackRock e Vanguard, as duas maiores gestoras de ativos do mundo, desapontam como acionistas no combate aos riscos das mudanças climáticas, segundo a associação sem fins lucrativos Majority Action.
O grupo examinou a votação por procuração de 25 das maiores gestoras globais de recursos para avaliar seu papel em pressionar empresas de energia, serviços públicos e montadoras dos Estados Unidos com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e divulgar suas atividades de lobby. A BlackRock e a Vanguard tiveram grande peso na aprovação de diretores propostos pelas empresas, de acordo com o relatório divulgado pelo grupo na terça-feira. As empresas também votaram contra pelo menos 16 propostas de acionistas relacionadas ao clima, nas quais seu voto a favor teria dado apoio majoritário às medidas.
Com as maiores ameaças do aquecimento global, algumas grandes gestoras de ativos votaram de forma mais assertiva para instar empresas a reduzir sua pegada de carbono. BNP Paribas e Pacific Investment Management lideraram o processo, votando a favor de quase todas as 41 resoluções sobre mudanças climáticas examinadas. As propostas variaram entre exigir a adoção de metas de emissão de gases de efeito estufa e divulgar mais atividades políticas e de lobby.
BlackRock e Vanguard eram muito menos propensas a votar a favor das resoluções: as duas apoiaram menos de 15% delas.
"Se não mudar de rumo, a BlackRock entrará para a história como uma das poucas que realmente tiveram o poder de ter influência sobre a mudança climática e proteger o valor dos acionistas a longo prazo, mas optaram ativamente por não fazê-lo", disse Eli Kasargod-Staub, diretor executivo da Majority Action, que trabalha com acionistas em responsabilidade corporativa e é financiada por fundações.
Encontro com empresas
A BlackRock disse que apoia as propostas dos acionistas para aumentar o valor dos investimentos de seus clientes. "Mas nem todas as propostas dos acionistas são criadas da mesma forma, e seria errado equiparar boa governança a voto contra a administração, sem levar em consideração o impacto de uma proposta", disse o porta-voz da BlackRock, Farrell Denby, em comunicado.
A Vanguard disse em resposta que se reúne regularmente com empresas e que esse engajamento, além do voto dos acionistas, pode levar a mudanças significativas. Neste ano, a Vanguard entrou em contato com 250 empresas em setores intensivos em carbono, enquanto a divulgação de dados e governança sobre mudanças climáticas foram discutidas com frequência, disse a porta-voz Carolyn Wegemann.
A BlackRock e a Vanguard romperam com o Climate Action 100+, um grupo de gestores de recursos que administram mais de US$ 33 trilhões, durante esta temporada de assembleias. As empresas votaram contra as três propostas de acionistas dos EUA apoiadas pelo Climate Action, que pressiona os maiores emissores de gases de efeito estufa a se alinharem aos objetivos do Acordo de Paris. BlackRock e Vanguard não são membros do grupo.
Uma resolução apoiada pelo Climate Action exigia um membro do conselho independente na Exxon Mobil, porque a petroleira não estabeleceu metas de emissão de gases de efeito estufa ou divulgou emissões associadas ao uso de seus produtos. A proposta teria sido aprovada se a BlackRock e a Vanguard a tivessem apoiado, afirmou o relatório.
Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Annie Massa em N York, amassa12@bloomberg.net;Saijel Kishan em N York, skishan@bloomberg.net
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