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Títulos da Suzano acompanham baixa dos preços da celulose

Fabiana Batista

19/09/2019 07h55

(Bloomberg) -- Os títulos de dívida mais negociados da Suzano registraram a maior queda entre produtoras de celulose em setembro, diante do impacto do declínio dos preços globais da matéria-prima sobre a empresa.

Os títulos de US$ 1,75 bilhão da Suzano com vencimento em 2029 acumulam queda de cerca de 2% este mês, para 108,75 centavos de dólar. A desvalorização se acentuou depois que a Fitch colocou a nota da empresa em perspectiva negativa em 6 de setembro. Com a queda, os títulos da Suzano mostram o pior desempenho entre rivais com grau de investimento em mercados emergentes este mês, justo no momento em que a maior produtora mundial de celulose tenta reduzir o endividamento.

A empresa deve enfrentar dificuldades para reduzir a dívida líquida, disse a Fitch, que manteve o rating da Suzano. Em outro relatório divulgado na quarta-feira, a Fitch disse que os preços globais da celulose caíram para o menor nível em três anos, como reflexo do menor consumo de papel e produtos de embalagem na Europa e na China, causando um desequilíbrio entre oferta e demanda.

"Não acho que, neste momento, o rating de grau de investimento da Suzano esteja em risco", disse por e-mail Roger Horn, analista sênior de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America. "Perspectivas negativas significam que, se as coisas piorarem, as agências de classificação vão considerar outras medidas."

A Suzano conseguiu o grau de investimento no ano passado, após a fusão com a Fibria.

Em teleconferência sobre o balanço trimestral no início de agosto, o diretor financeiro da Suzano, Marcelo Bacci, disse que a alavancagem da empresa aumentaria devido aos baixos preços da celulose. Ainda assim, Bacci afirmou que, provavelmente, seria uma mudança cíclica para a dívida da empresa, e não estrutural. Como medida para aliviar o peso da dívida, a Suzano também anunciou um corte da produção e dos investimentos em 2019.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net