Depois de sucesso contra herpes zóster, Glaxo mira novas vacinas
(Bloomberg) -- A GlaxoSmithKline tem como alvo um vírus que causa sérias infecções pulmonares e mata dezenas de milhares de crianças a cada ano, na esperança de replicar o sucesso de sua vacina campeã de vendas.
Injeções experimentais contra o vírus sincicial respiratório, ou VSR, são prioridade na unidade de vacinas da Glaxo, disse Emmanuel Hanon, chefe de pesquisa e desenvolvimento da divisão, em entrevista. A Glaxo planeja que essas vacinas entrem na fase final de testes até dezembro de 2020, disse.
O novo medicamento é uma das chaves para as ambições da farmacêutica britânica, que procura aproveitar o sucesso da Shingrix, a vacina contra o herpes zóster (conhecido como cobreiro) que deve gerar vendas de cerca de US$ 1,8 bilhão este ano. Embora a unidade farmacêutica da Glaxo receba a maior parte da atenção, as vacinas devem ganhar mais espaço à medida que a empresa avance os planos de separar sua divisão de saúde do consumidor.
A Glaxo deseja crescer no campo de vacinas terapêuticas, que são usadas depois que a infecção ocorre, e acelerar o desenvolvimento de novas vacinas, uma jornada que pode durar 15 anos, disse Hanon. A empresa acredita que poderia levar metade desse tempo, aproveitando parcialmente novas tecnologias que aprimoram a resposta do sistema imunológico às vacinas.
"Essa é a nossa ambição", disse. "Quinze anos é muito tempo."
Próximo passo
Uma vacina contra o VSR é perseguida por cientistas há meio século, mas as farmacêuticas estão progredindo. No começo de setembro, o novo CEO da Sanofi, Paul Hudson, citou uma vacina experimental contra o VSR como uma das oportunidades mais promissoras da empresa.
Quase todas as crianças são infectadas pelo VSR quando completam dois anos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Embora cause principalmente infecções leves e semelhantes à gripe, pode levar a problemas mais graves, como pneumonia e bronquiolite, infecções nos pulmões e vias aéreas.
Entre as vacinas terapêuticas, a Glaxo também desenvolve um medicamento para evitar que a chamada doença pulmonar obstrutiva crônica se agrave devido a bactérias. A empresa espera ter dados para mostrar a eficácia da vacina no segundo semestre de 2020, disse Hanon.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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