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Fornecedora de peças de smartphones prevê demanda 10% menor

Takashi Mochizuki

30/04/2020 11h24

(Bloomberg) — A Murata Manufacturing, importante fornecedora de componentes para o mercado global de smartphones, disse que espera receber menos pedidos de fabricantes de celulares neste ano devido à queda da demanda de consumidores provocada pela pandemia de Covid-19.

Com o impacto do vírus, a empresa projeta demanda 10% menor de fabricantes de celulares e redução de quase 7% das vendas gerais no atual ano fiscal. A Murata divulgou na quinta-feira aumento do lucro operacional para 52,4 bilhões de ienes (US$ 492 milhões) no trimestre encerrado em 31 de março, acima dos 41,7 bilhões de ienes no mesmo período do ano anterior.

A empresa com sede em Kyoto fornece vários componentes-chave, como capacitores de chips, baterias e placas de circuito para grandes fabricantes de celulares, como Apple e Huawei Technologies. O desempenho da empresa serve como termômetro das perspectivas de fabricação do setor de celulares.

"A previsão publicada foi claramente uma surpresa negativa. O mercado esperava que a Murata observasse aumento da produção de smartphones ou pelo menos estabilidade. Uma queda de 10% mostra a gravidade do impacto do Covid-19 na economia global", afirmou Hideki Yasuda, analista do Ace Research Institute.

As vendas de smartphones diminuíram drasticamente durante o período de confinamentos devido à pandemia. Na China, maior mercado de telefonia do mundo, houve retração. Ainda em abril, fabricantes não pareciam atingidos pela situação e mantinham seus programas e pedidos com a Murata.

Norio Nakajima, veterano da Murata prestes a assumir a presidência em junho, disse à Bloomberg News no início deste mês que esperava forte demanda contínua de fabricantes de celulares, apesar do impacto econômico da pandemia. Agora, a empresa parece menos segura.

"As perspectivas são extremamente difíceis de prever", disse o presidente do conselho da Murata, Tsuneo Murata, durante teleconferência sobre o balanço.

A Murata planeja gastar 200 bilhões de ienes no atual ano fiscal para aumentar a capacidade de produção e construir fabricas e centros de pesquisa, informou a empresa no balanço. As unidades de produção na China e no Japão foram reabertas depois de ficarem fechadas por causa da pandemia, e as fábricas nas Filipinas e na Malásia devem retomar as operações em meados de maio.

©2020 Bloomberg L.P.