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Brasil lidera mortes de enfermeiros por coronavírus

Murilo Fagundes

21/05/2020 11h19

O coronavírus tem matado enfermeiros no Brasil em maior número do que em qualquer outro lugar do mundo com o avanço da pandemia no país.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) diz que existem mais de 15 mil enfermeiros infectados com o covid-19 que, segundo o conselho, representam quase 40% do número global de casos.

Até quarta-feira, 137 enfermeiros haviam morrido. Walquirio Almeida, porta-voz do Cofen, associa o alto número de mortes à falta de equipamentos e preparação das equipes médicas.

"Os números são muito preocupantes, não esperávamos tantos", disse Almeida em entrevista. "A situação só vai melhorar se as autoridades tomarem medidas eficazes e rápidas."

O Brasil se tornou um epicentro da pandemia de coronavírus, atrás apenas da Rússia e dos Estados Unidos em número de casos. As infecções batem recordes quase diariamente e atingiram 291.579 na quarta-feira, segundo dados do governo. A situação é agravada por um sistema de saúde pública que já estava à beira do colapso em vários estados, medidas contraditórias dos governos locais e grande parte da população que não pode ficar em casa. Os equipamentos adquiridos pelo governo federal têm demorado a chegar nos estados, e governadores enfrentaram problemas para conseguir suprimentos médicos diante da maior demanda global.

Cerca de metade das mortes de enfermeiros foi registrada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, entre os mais atingidos pela doença, que já matou mais de 18.800 pessoas no país. A maioria dos enfermeiros que morreram tinham entre 41 e 50 anos, segundo os dados.

O Conselho Internacional de Enfermeiros disse, no início do mês, que mais de 260 enfermeiros em 30 países morreram e pelo menos 90 mil profissionais de saúde haviam sido infectados pelo covid-19.