Embraer negocia com bancos ajuda de US$ 600 milhões
A fabricante de aeronaves Embraer negocia com bancos um pacote de resgate de cerca de US$ 600 milhões que incluirá apenas instrumentos de dívida, sem possibilidade de os credores ficarem com participação acionária na empresa, disseram duas pessoas a par do assunto.
O BNDES fornecerá cerca de 50% do empréstimo, enquanto o restante será financiado por um conjunto de bancos comerciais, incluindo o Banco do Brasil, o Banco Santander Brasil SA e o Banco Bradesco SA, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificados porque as discussões são privadas.
A equipe econômica não quer que a Embraer volte às mãos do governo e organiza o empréstimo sindicalizado para ajudar a fabricante de aviões após o fracasso do acordo com a Boeing.
O prazo em discussão para a dívida é de dois a três anos, disse uma das pessoas. Os termos ainda não estão definidos e podem incluir um compromisso de preservar empregos. O governo ainda detém a chamada "golden share" na Embraer, mesmo tendo vendido o controle da empresa em 1994.
Em nota, a Embraer afirmou que a empresa, o BNDES e outros bancos, no Brasil e no exterior, "estão discutindo propostas de financiamento, principalmente uma voltada para financiamento ao capital de giro para exportações (BNDES Pré-Embarque), que não altera o atual quadro acionário da Companhia, provendo capital de giro, reforço de capital e possibilitando a melhoria do perfil de endividamento."
A empresa não comentou o tamanho da transação. O BNDES, com participação de cerca de 5% na empresa, não quis comentar. Bradesco, Santander e Banco do Brasil não responderam imediatamente a um pedido de comentários.
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