Bancos dos EUA esperam pior trimestre desde a crise financeira
Os bancos dos EUA tiveram poucas semanas de experiência com a pandemia quando tentaram prever até que ponto a situação poderia se deteriorar. Agora, eles estão prestes a revelar o que mais três meses de covid-19 fizeram com o setor.
Os balanços do segundo trimestre, que serão divulgados na próxima semana, provavelmente mostrarão que as tendências que surgiram no início do ano se intensificaram: aumento das provisões para perdas com empréstimos e queda no gasto do consumidor, enquanto os ganhos com a negociação de ativos financeiros ajudaram algumas instituições financeiras a enfrentar a tempestade.
"Veremos três meses completos de pandemia nos números agora", disse o analista Kyle Sanders, da Edward Jones, acrescentando que o segundo trimestre provavelmente foi o pior para os resultados dos bancos desde a crise financeira. "O primeiro trimestre foi difícil, mas refletiu apenas duas semanas em março. "
O aumento do desemprego impediu muitos consumidores de pagar dívidas ou assumir novos financiamentos, forçando os bancos a separar mais capital para cobrir empréstimos de recebimento duvidoso e reduzindo seus ganhos líquidos com intermediação financeira. Por todo o país, ordens de isolamento social esvaziaram lojas e centros comerciais em abril, maio e junho, o que provavelmente prejudicou um pilar do crescimento dos bancos nos últimos anos: as taxas de serviço e cartões de crédito.
As ações refletiram o quanto a crise deste ano prejudicou os bancos. O índice S&P 500 Financials caiu 26% desde o final de dezembro, enquanto o S&P 500 amplo recuou apenas 2,4%. A ação do Wells Fargo amarga a maior perda do ano entre os principais bancos, após um tombo de 55%.
Com base em estimativas compiladas pela Bloomberg, a maioria dos bancos provavelmente aumentou as provisões em relação aos primeiros três meses do ano e o lucro somado dos quatro maiores bancos dos EUA será o menor em mais de uma década.
Para o Wells Fargo, que já sofria as consequências de escândalos revelados antes da pandemia, o resultado do segundo trimestre pode ser o pior desde a crise financeira, pelo menos. A instituição divulgará o tamanho da redução dos dividendos na próxima semana. Fontes afirmam que o banco sediado em São Francisco está preparando milhares de demissões.
O diretor financeiro, John Shrewsberry, avisou no mês passado que o banco faria provisões maiores para créditos de recebimento duvidoso no segundo trimestre, sendo que nos três meses anteriores o provisionamento chegou a US$ 4 bilhões e já foi o maior em uma década. Para o setor como um todo, as provisões para perdas com empréstimos devem atingir os maiores níveis desde a crise financeira, de acordo com analistas do Barclays.
As atividades de negociação de ativos financeiros e originação devem ser pontos favoráveis para a maioria dos bancos, dado que a busca global por liquidez embalou as taxas no segundo trimestre
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.