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México quer que Washington reconheça que EUA se beneficiaram do NAFTA

21/02/2017 14h00

Toronto (Canadá), 21 fev (EFE).- O ministro da Economia do México, Ildefonso Guajardo, afirmou nesta terça-feira que antes de renegociar o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA), Washington deve reconhecer que o acordo "foi benéfico" para os Estados Unidos.

Guajardo, que se encontra em Toronto para participar de uma conferência sobre o futuro das relações na América do Norte junto com o ministro mexicano de Relações Exteriores, Luis Videgaray, acrescentou que, sem essa declaração, as conversas seriam "tendenciosas".

O titular de Economia do México reconheceu que as negociações "não serão fáceis" e que "definitivamente" não incluirão a imposição de cotas ou tarifas alfandegárias.

"Nada no novo NAFTA deve ser um passo para trás. Definitivamente, não incluiremos nenhuma medida de gestão de comércio como cotas ou tarifas. Seria desastroso", disse o ministro mexicano.

"Não é possível que ninguém negocie um acordo que existiu durante 20 anos sob a suposição de que só uma parte se beneficiou dele. Começar com essa suposição acaba com um processo tendencioso nesta negociação", explicou Guajardo.

O ministro acrescentou que, "do ponto de vista do México", para que as negociações tenham sucesso, além da declaração prévia de que os EUA, assim como Canadá e México, se beneficiaram do NAFTA, é necessário levar em conta outras questões.

Guajardo indicou que as estatísticas não aprovam a retórica do presidente americano, Donald Trump, de que o NAFTA retirou empregos nos Estados Unidos porque os setores que têm maior vínculo com o acordo aumentaram sua força de trabalho.

"Setores como o automotivo, de computação, aeroespaço são os que estão criando empregos nos Estados Unidos. E os setores que não estão conectados à cadeia regional são os que estão caindo muito rapidamente", continuou.

Guajardo afirmou que outra base das negociações é reconhecer que "o NAFTA é um acordo com 23 anos de idade. Temos que mudar o NAFTA para refletir sobre os novos desafios que estamos encarando na economia".

Outro requisito para as negociações é que devem trazer algum benefício para os três países.

"Nossos sistemas políticos não aceitarão um resultado que não seja uma vitória para os três", asseverou o ministro mexicano.