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Banco Central reduz taxa de juros para 12,25%, o menor nível desde 2015

22/02/2017 20h01

São Paulo, 22 fev (EFE).- O Banco Central (BC) reduziu nesta quarta-feira, pela quarta vez consecutiva, a taxa de juros para 12,25%, o menor nível desde o início de 2015, em um cenário de menor inflação e crise econômica.

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária do órgão, conhecido como Copom, decidiu reduzir a Selic em 0,75, o que era esperado pelo mercado financeiro. O BC ressaltou que o alívio monetário coincide com a redução dos preços, que em 2016 fecharam em 6,29%, muito inferior ao 10,67% de 2015.

Os economistas dos bancos privados acreditam que o Brasil terminará 2017 com uma inflação de 4,43%, inferior à meta (4,50%) que o governo impôs e a menor taxa para o país nos últimos oito anos.

"O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão sendo analisadas pelo Comitê ao longo do tempo", ressaltou o órgão.

A queda da taxa de juros também pretende ajudar a reativar a economia, que se encontra submergida na pior recessão de sua história.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro se contraiu 3,80% em 2015, o pior resultado em 25 anos, e os analistas preveem para 2016 uma retração de 3,50%, dado com o qual acumulará dois anos consecutivos em terreno negativo pela primeira vez desde 1930.

Desde o começo do ano, o Banco Central acelerou o ritmo da redução da taxa de juros - com dois rebaixamentos consecutivos de 0,75 - e os analistas acreditam que a tendência de cortes continuará ao longo de 2017.

O BC deixou aberta a porta para possíveis novos rebaixamentos, mas advertiu sobre a "importância da aprovação das reformas" propostas pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas.

A Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp) afirmou em comunicado que "ainda há espaço" para maiores rebaixamentos.

"O Brasil tem pressa para retomar a rota do crescimento econômico e de geração de emprego. Para isso, é urgente uma redução mais rápida dos juros", acrescentou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, citado na nota.