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Espanha rejeitará acordo de brexit se não houver mudanças sobre Gibraltar

20/11/2018 09h24

Madri, 20 nov (EFE).- O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta terça-feira que "a Espanha votará não" à minuta do acordo do brexit se não ficar esclarecido o status de Gibraltar.

Durante um ato público realizado em Madri, Sánchez disse que "nenhum documento esclarece algo para nós que é fundamental: Gibraltar não pertence ao Reino Unido".

Segundo ele, o Governo espanhol não pode presumir que o que acontecerá a Gibraltar depende apenas das negociações britânicas com a UE, já que, em sua opinião, é algo que a Espanha deve negociar diretamente com o Reino Unido.

"Como país, nós não podemos presumir no que vai acontecer no futuro com Gibraltar (...). Isso deverá ser negociado entre a Espanha e o Reino Unido", defendeu o presidente do Governo espanhol.

O artigo 184 do acordo entre o Reino Unido e a UE, "ambíguo" segundo o Governo espanhol, fala da negociação e aplicação de acordos além do fim do período de transição após a saída britânica da União, mas não estabelece datas concretas.

O ministro espanhol de Relações Exteriores e Cooperação, Josep Borrell, disse ontem que seria difícil incluir esclarecimentos sobre Gibraltar, depois de se reunir com o chefe negociador europeu para o "brexit", Michel Barnier, que não quer que o texto pactuado seja modificado.

O ministro pediu que seja diferenciado0 o acordo de retirada da declaração política que senta as diretrizes para negociar a futura relação com o Reino Unido, que ainda está elaborando a Comissão Europeia.

"Os primeiros surpreendidos somos nós", disse hoje Sánchez, que também lembrou que o Governo espanhol que sempre compareceu aos Conselhos Europeus fez com uma atitude "construtiva e pró-europeia".

Igualmente, defendeu que se o Executivo espanhol "se encontra em uma situação como esta, é porque alguém em Bruxelas não fez bem o seu trabalho".

Os chefes de Estado e de Governo dos vinte e sete países que permanecerão na UE após o "brexit"realizarão no próximo domingo uma cúpula na qual preveem dar apoio ao acordo preliminar alcançado entre Londres e Bruxelas.

Segundo o Tratado da União, este acordo deverá ser aprovado pelo Conselho por maioria qualificada.