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Ghosn é acusado pela Mitsubishi de cobranças irregulares de 7,82 mi de euros

18/01/2019 05h02

Tóquio, 18 jan (EFE).- O fabricante japonês Mitsubishi acusou, nesta sexta-feira, seu ex-presidente, o brasileiro Carlos Ghosn, de supostamente ter recebido um pagamento "ilegal" de 7,82 milhões de euros entre abril e novembro do ano passado.

Estas operações se somam a outras supostas irregularidades detectadas na Nissan, que controla Mitsubishi, empresas que eram presididas por Ghosn, que está preso em Tóquio desde o dia 19 de novembro do ano passado, e que foi retirado dos dois cargos dias após sua detenção.

De acordo com a acusação de hoje, os pagamentos foram feitos por uma assinatura criada para gerar sinergias entre os dois fabricantes de automóveis, mas o contrato que foi utilizado para os pagamentos foi feito por uma pessoa não autorizada pela Mitsubishi.

A promotoria de Tóquio acusou Ghosn de ocultar das autoridades, remunerações milionárias acordadas com a Nissan e que ele supostamente receberia após a aposentadoria, e de violar a confiança da empresa por outras irregularidades financeiras.

Por causa destes fatos, a Mitsubishi, que passou a ser controlada pela Nissan em 2016, realizou sua própria investigação interna, e alguns dos resultados foram divulgados hoje pela empresa.

As supostas irregularidades estão vinculadas com os abonos recebidos e feitos por NMBV, uma empresa estabelecida na Holanda, em junho de 2017, que na sua sigla incorpora a Nissan e Mitsubishi, cujos pagamentos foram divididos igualmente entre as duas companhias.

No comunicado, a Mitsubishi disse que Ghosn recebeu "ilegalmente" dessa empresa conjunta um pagamento que "foi ocultado" da companhia, algo que a direção do fabricante japonês descobriu ao receber informações da Nissan, descobertas após a detenção do executivo.

As contas indicam que Mitsubishi e Nissan pagaram em 26 de abril de 2018 um total de 15,62 milhões de euros para a NMBV como "serviços de subscrição".

"De abril de 2018 até novembro de 2018, o Sr. Ghosn recebeu ilegalmente 7,82 milhões de euros por conta deste pagamentos por serviços", indica o comunicado.

"Este pagamento - acrescenta - foi feito como uma remuneração de acordo com as bases de um contrato de emprego que vinculou a NMBV e ao Sr. Ghosn para nomear o próprio Sr. Ghosn como diretor administrativo" desta empresa.

No entanto, acrescenta-se que este contrato "foi fechado por uma pessoa que não estava autorizada a fazê-lo no NMBV e, além disso, o NMBV não seguiu o procedimento adequado para pagar qualquer remuneração ao Sr. Ghosn".

A Mitsubishi também sustenta que a direção da fabricante não foi informada sobre esse acordo, e antecipa que considerará a possibilidade de exigir a Ghosn responsabilidade por este assunto, em coordenação com a Nissan. EFE